O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, anunciou nesta quarta-feira (14/11) sua renúncia do cargo em protesto contra o cessar-fogo realizado ontem entre grupos palestinos e o governo israelense.
Em entrevista coletiva, Lieberman anunciou sua demissão e disse que deveriam ser convocadas “eleições o mais rápido possível”.
“O Estado compra tranquilidade a curto prazo ao custo de graves danos a longo prazo para a segurança nacional. Deveríamos acertar uma data para eleições o mais rapidamente possível”, disse.
O ex-ministro ainda afirmou que sua saída, que acontece em 48 horas após a entrega de sua carta de renúncia ao premiê israelense, Benjamin Netanyahu, irá retirar o apoio de seu partido de extrema-direta Israel Beitenu da coalizão do governo.
O movimento deixaria Netanyahu com apenas 61 dos 120 assentos no Parlamento a um ano das próximas eleições no país.
Em sua conta no Twitter, o porta-voz do governo de Israel, Jonatan Urich, descartou a possibilidade de novas eleições. “Não há necessidade de eleições durante esse período sensível para a segurança nacional”, disse o funcionário israelense.
Cessar-fogo
Os grupos Hamas e Jihad Islâmica anunciaram um cessar-fogo com Israel nesta terça-feira (13/11), com o apoio do governo do Egito, alegando que o acordo será cumprido se as forças israelenses também respeitarem a trégua. Com a decisão, os dois suspenderão o lançamento de mísseis contra território israelense.
Por meio de um comunicado, o oficial do Hamas, Ismail Haniya, disse que o grupo palestino está preparado para voltar ao acordo se as forças israelenses “interromperem sua agressão”.
“Se a ocupação [Israel] parar com sua agressão, um retorno aos acordos de cessar-fogo será possível”. “A resistência respeitará essa declaração enquanto o inimigo sionista a respeitar”.
Essa é a mais grave escalada da tensão entre israelenses e palestinos desde a guerra de 2014, que deixou mais de 2.200 mortos. Do total de 100 foguetes lançados, 20 caíram em zonas habitadas por civis. Em resposta à ofensiva, a Aeronáutica israelense bombardeou cerca de 150 alvos do grupo palestino.
Wikicommons
Em entrevista coletiva, Lieberman anunciou sua demissão e disse que deveriam ser convocadas "eleições o mais rápido possível"