Em reunião do Mercosul, Amorim reitera compromisso do Brasil com a integração regional
Em reunião do Mercosul, Amorim reitera compromisso do Brasil com a integração regional
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira (2/8) que o Brasil tem compromisso com o Mercosul em direção à integração regional, em busca do avanço nas áreas de cooperação por uma relação mais efetiva.
Amorim, que chegou a San Juan, na Argentina, pouco depois do início da 39ª Reunião do CMC (Conselho do Mercado Comum) do Mercosul, órgão de decisão política do bloco, ainda chamou atenção à necessidade de se ter um "cronograma" para a implementação plena da união aduaneira e a consolidação da TEC (Tarifa Externa Comum) para a importação a partir de terceiros países.
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O ministro acrescentou que espera ter neste segundo semestre do ano, quando o Brasil desempenhará a presidência temporária do bloco, uma definição do Código Aduaneiro do Mercosul.
O chanceler defendeu ainda outro cronograma sobre um mecanismo de contratações públicas dentro do bloco e o avanço em protocolos relacionados ao tratamento nacional de investimentos entre seus países-membros. Amorim reiterou ainda que "as exclusões devem ser a exceção".
Outra postura defendida pelo brasileiro refere-se ao aumento do uso das moedas locais no comércio regional, já que atualmente apenas 4% é realizado com esta modalidade.
Sobre a retomada das negociações com a União Europeia, por um acordo de livre comércio, o diplomata mencionou que o Mercosul fez uma "excelente" oferta e agora espera-se uma resposta.
Outro ponto destacado pelo ministro foi a Copa do Mundo de 2010, cujas seleções das nações integrantes do bloco chegaram às quartas de final, como uma "torcida" comum, atitude solidária que se pode projetar "sobre todo o processo de integração regional".
Haiti
O Mercosul outorgará até o final de 2019 preferências tarifárias ao Haiti, país mais pobre do continente americano, com uma economia ainda mais fragilizada depois do devastador terremoto de janeiro, explicou Amorim.
A possibilidade de outorgar benefícios comerciais ao país caribenho tinha sido proposta pelo Brasil em meados de 2009 e desde então o assunto estava na agenda do bloco sul-americano.
O projeto de resolução aprovado destaca "a importância que o Mercosul confere à estabilização do Haiti e a seu desenvolvimento, para o qual procurou contribuir de modo efetivo com ações de cooperação".
A iniciativa autoriza os membros do Mercosul a conceder margens de preferência tarifária de até 100% às importações de produtos do Haiti, embarcados diretamente nos portos do país, assim como na vizinha República Dominicana.
O regime comercial, que estará vigente até o final de 2019 e será revisado pelo CMC em 2015, incluirá dispositivos de "proteção, que preveem limitações quantitativas a fim de evitar a desorganização dos mercados", segundo o projeto de resolução.
O fluxo de comércio entre Haiti e o Mercosul é marginal do ponto de vista das operações globais do bloco, mas este tipo de preferências pode aliviar em parte a carga de um país com déficit comercial.
A 39ª Reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, iniciada às 10h30 locais, mesmo horário de Brasília, antecede a cúpula de presidentes dos países-membros do grupo e dos líderes dos Estados associados. Na sessão ampliada do CMC estarão presentes, além dos chanceleres, os ministros da Justiça e do Interior.
Integram o bloco como membros plenos Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela em processo de incorporação. Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru participam como nações associadas.
Ao final da cúpula desta terça-feira, também em San Juan, a Argentina transmitirá a presidência de turno do Mercosul para o Brasil, que a ocupará até dezembro de 2010.
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China encerra exercícios militares próximo a Taiwan: 'tropas estarão atentas'
Essas foram as maiores atividades militares realizadas pelos chineses em torno da ilha, que ocorreram em resposta à visita de Pelosi em Taipei
Após quase uma semana, a China encerrou nesta quarta-feira (10/08) os exercícios militares em resposta à visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan.
Os exercícios começaram em 4 de agosto e estavam programados para terminar no dia 7, mas Pequim decidiu prorrogá-los até esta quarta. Essas foram as maiores atividades militares feitas pela China em torno da ilha.
De acordo com comunicado das Forças Armadas chinesas, as tropas seguem "atentas" a possíveis "mudanças da situação" na região, no qual irão, ainda segundo a nota, defender "resolutamente a soberania e integridade" nacional.
"As tropas estarão atentas a mudanças da situação no Estreito de Taiwan, continuarão a fazer treinamentos e preparativos militares, organizarão regularmente patrulhas de prontidão ao combate e defenderão resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial", diz um comunicado das Forças Armadas chinesas.

Wikimedia Commons
Após quase uma semana, a China encerrou exercícios militares nos arredores da ilha
O presidente Xi Jinping já prometeu diversas vezes que vai reintegrar Taiwan ao país. O governo chinês divulgou nesta quarta um documento em que afirma estar disposto a "criar um amplo espaço para a reunificação pacífica", mas ressalta que não permitirá "atividades separatistas para a independência" da ilha.
Por sua vez, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, declarou que Pequim "ignora a realidade nos dois lados do estreito".
Apesar do governo taiwanês reivindicar independência da China continental, desde 1971 as Nações Unidas reconhecem a ilha como parte do território chinês, sob o princípio de "um país, dois sistemas".
(*) Com Ansa.