A diretora financeira da empresa de tecnologia chinesa Huawei, Meng Wanzhou, foi solta pela Justiça do Canadá nesta quarta-feira (12/12), após pagamento de fiança. Ela havia sido detida na semana passada após ser acusada pela Justiça norte-americana de violar sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irã.
Segundo autoridades canadenses, a prisão foi motivada por uma investigação dos EUA sobre uma suposta participação da Huawei, entre 2009 e 2014, para fazer negócios com o Irã por meio de esquema que burlaria as sanções de Washington a Teerã.
A executiva de 46 anos, que também é filha do fundador da companhia, pagou uma fiança de US$ 7,5 milhões, mas permanecerá com uma tornozeleira eletrônica e terá que entregar seus dois passaportes. No entanto, ela não tem mais risco de ser extraditada, como havia sugerido a Justiça dos Estados Unidos.
A detenção da diretora causou um atrito imediato entre Ottawa e Pequim. Poucas horas antes do anúncio da liberdade condicional, o ex-diplomata canadense Michael Kovrig foi preso na China, levando o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a fazer “contato imediato” com o país asiático.
Além do governo canadense, o porta-voz do departamento Estado dos EUA, Robert Palladino, pediu “respeito às garantias e à liberdade de todos os indivíduos, de acordo com os compromissos internacionais da China em matéria consular e de direitos humanos”. Kovrig já trabalhou como diplomata em Pequim, Hong Kong e na ONU e atualmente faz parte de uma ONG que diz atuar na prevenção de conflitos.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que a China “não vai ficar de braços cruzados” caso seus cidadãos sejam “maltratados” fora do país.
Prisão em meio à guerra comercial
O episódio de Meng Wanzhou ocorreu dias após a Cúpula do G20, em Buenos Aires, onde os Estados Unidos e a China decretaram uma trégua na guerra comercial entre os dois países.
O presidente Donald Trump não descartou uma “intervenção” no caso Huawei, principalmente se uma ação do governo norte-americano venha a facilitar um possível acordo final com Pequim. “Eu interviria com certeza caso fosse necessário”, disse o republicano. Após a fala do mandatário norte-americano, o ministério de Relações Exteriores da China disse que intervenções positivas dos EUA para o resolução do caso eram “bem-vindas” .
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