O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (12/12), em declarações à imprensa, que os Estados Unidos lideram um complô para assassiná-lo.
“Hoje venho, outra vez, denunciar o complô da Casa Branca, que se prepara para violentar a democracia venezuelana, para assassinar-me e impor um governo ditatorial na Venezuela”, disse aos jornalistas reunidos no Palácio de Miraflores.
“Há uma campanha incessante para negar a democracia e para criar as condições para justificar qualquer ação promovida pelo governo dos EUA contra as instituições legítimas e a paz do povo venezuelano”, afirmou.
Maduro apontou John Bolton, assessor de Segurança Nacional do presidente Donald Trump, como responsável por levar adiante o plano. “Existe um plano patrocinado por John Bolton de treinar forças mercenárias que executarão falsos positivos de forças militares na fronteira, para confundir a opinião pública e justificar um ataque à Venezuela”, disse.
De acordo com o presidente, 734 mercenários venezuelanos e colombianos estão sendo treinados ao norte do Estado de Santander, na Colômbia. “O governo da Colômbia, de Iván Duque, é cúmplice do plano de John Bolton para trazer violência a nosso país, e assim o denuncio.”
Brasil
O mandatário também fez referências ao Brasil e ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, que recebeu uma visita de Bolton no final do mês passado. Maduro afirmou ter recebido informações de um “alto oficial brasileiro” de que Brasília “não vai se prestar aos planos do império estadunidense contra a paz da América do Sul”.
“As forças militares do Brasil querem paz. Ninguém no Brasil quer que o futuro governo se meta em uma aventura militar contra o povo venezuelano”, afirmou.
Maduro chegou a citar uma entrevista do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, que afirmou no começo do mês ao jornal Valor Econômico que, em algum momento, “haverá um golpe na Venezuela” e, que, caso isso aconteça, haveria uma “intervenção das Nações Unidas na Venezuela por meio de uma força de paz”. O Brasil, disse Mourão, lideraria essa força.
“Dizer que uma força militar na Venezuela vai ingressar na Venezuela é coisa de loucos. A ultradireita do mundo acredita que não tem quem defenda a Venezuela, que não tem povo, não tem Forças Armadas. Não se equivoquem nunca, que vamos dar uma lição de dignidade”, disse.
Campanha midiática
Maduro também afirmou que uma campanha midiática, a partir dos EUA, é feita contra a Venezuela. Desde janeiro de 2018, mais de 4.100 notícias negativas sobre o país foram publicadas pela imprensa norte-americana.
“É uma campanha infame e permanente para negar a democracia e, assim, justificar qualquer ação promovida contra a paz do povo venezuelano”, afirmou.
AVN
Maduro denunciou um complô dos EUA para assassiná-lo