Após 3 mil mortes em 18 dias, Calderón aceita discutir legalização das drogas no México
Após 3 mil mortes em 18 dias, Calderón aceita discutir legalização das drogas no México
O presidente mexicano, Felipe Calderón, se disse nesta terça-feira (3/8) disposto a discutir a legalização das drogas no país, após tomar conhecimento de que em 18 dias mais de três mil pessoas morreram em crimes ligados ao tráfico.
"O debate deve ocorrer havendo pluralidade", disse Calderón, em resposta à proposta do responsável pela ONG México Unido contra a Delinquência, Eduardo Gallo.
Para Gallo, este seria um "plano B" frente ao fracasso da atual estratégia que, com os novos dados, eleva a 28 mil o número de homicídios nos últimos três anos e meio, ou seja, desde que Calderón assumiu o poder.
"A sociedade nos exige resultados nessa matéria e não pode ser este resultado nem do improviso e nem do azar, tem que ser resultado de um processo ordenado de diagnóstico e planejamento, mas, sobretudo, de um compromisso e uma vontade firme sem os quais é impossível ter sucesso", complementou o presidente, admitindo que seu governo não sabe explicar o que "tem feito" na luta contra o crime organizado e o tráfico.
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Nesse sentido, Calderón, que falou sobre o tema em um evento relacionado à segurança interna do México, lamentou "não ter o controle" da informação dos estados, apontando que em casos de sequestros, por exemplo, a informação "apresenta uma variabilidade assombrosa".
A atualização do numero de assassinatos registrados no país foi apresentada nesta terça-feira (3/8) pelo diretor do Cisen (Centro de Investigação e Segurança Nacional), órgão de inteligência local, Guillermo Valdés.
De acordo com o Cisen, nos últimos 18 dias, foram registrados 3.174 assassinatos relacionados ao tráfico, o equivalente a 176 por dia, ou 13% a mais que a última contagem oficial. Em julho, a Procuradoria Geral havia relatado que o número de vítimas fatais desse enfrentamento chegava a 24.826.
Desde que chegou ao poder, com apoio dos EUA por meio da Iniciativa Mérida, o México tem intensificado as ações contra o tráfico de drogas militarizando grande parte do país. Cerca de 100 mil efetivos das forças locais foram deslocados para essa "guerra". Contudo, os cartéis também parecem ter ampliado sua força.
Ainda em julho foi registrado o primeiro atentado no país com um carro-bomba, que teria sido orquestrado pelo cartel de Juárez, segundo reportes locais.
A agressão - que deixou cinco mortos - foi meticulosamente planejada. Os criminosos deixaram uma pessoa gravemente ferida no ponto em que estava o veículo e acionaram as autoridades. Quando policiais e equipes de resgate chegaram ao local, o carro foi detonado via celular.
Depois desse crime, especialistas apontaram que o país passou da era do narcotráfico à do narcoterrorismo.
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Após frustrar plano terrorista, Cuba condena três responsáveis por ataques no país
Em meio investigações sobre atentados na ilha realizados por cidadãos cubanos treinados nos EUA, um homem e duas mulheres receberam pena de prisão de 20 a 30 anos
O Ministério do Interior de Cuba informou nesta segunda-feira (11/12) que julgamentos e condenações de pessoas acusadas por terrorismo foram realizados, resultando em um homem e duas mulheres condenados a cumprir penas de 20 a 30 anos de prisão.
Dentro de uma vasta investigação da pasta sobre organização de ataques por cidadãos da ilha em contato com líderes terroristas residentes e treinados nos Estados Unidos, o homem - identificado como Lázaro García Ríos - e as duas mulheres foram acusados por atirarem coquetéis molotov em uma sala que guardava os arquivos do Tribunal Municipal do Centro Havana, na capital.
Un hombre y dos mujeres involucrados en acciones terroristas pagadas por mercenarios en EEUU cumplirán sanciones de 20 a 30 años de privacion de libertad. #ListaDeTerroristas #NoAlTerrorismo pic.twitter.com/lQLPlF59Y1
— MININT_CUBA (@minint_cuba) December 11, 2023
A acusação também envolve um ataque contra a sede provincial do Comitê de Defesa da Revolução (CDR), onde uma pessoa ficou ferida.
O crime acusado é incluído no Código Penal de Cuba uma vez que foi cometido "com dispositivo explosivo ou mortífero, agentes químicos ou biológicos ou outros meios de substâncias, bem como propaganda inimiga".

Tribunal Provincial Popular de Holguín/Twitter
Acusação também envolve um ataque contra a sede provincial do Comitê de Defesa da Revolução (CDR), onde uma pessoa ficou ferida
Investigação contra terrorismo
O julgamento decorre após as autoridades cubanas frustrarem nesta semana um plano terrorista organizado por cubanos baseados nos Estados Unidos, que provavelmente seria executado durante as férias de fim de ano na ilha.
Embora se trate de uma investigação em curso, o Ministério ofereceu detalhes preliminares da investigação e, com base nas provas recolhidas, afirmou que os envolvidos são cidadãos cubanos residentes nos Estados Unidos, onde têm ligações com terroristas norte-americanos que promovem ações violentas contra Cuba e receberam treinamento militar nos EUA.
Assim, a pasta informou que o primeiro passo da investigação foi a detenção de um cidadão de origem cubana, que entrou ilegalmente no país por via marítima, vindo do sul da Flórida, nos EUA.
Assim, nomes descobertos por meio desta investigação foram adicionados na lista de pessoas e organizações terroristas procuradas pelas autoridades cubanas, que foi divulgada através do Diário Oficial de 7 de dezembro: Manuel Milanés Pizonero, Michel Naranjo Riverón, Amijail Sánchez González e Miguel Gómez Bartulo.
Ao todo, a lista inclui 61 pessoas e 19 organizações, muitas delas sediadas nos Estados Unidos, e inclui os perpetradores de atos terroristas contra Cuba desde 1999 até ao presente, e aqueles que incitam, organizam e financiam ações que afetam a ordem social.
As bases jurídicas para a elaboração da referida lista encontram-se na Resolução 1373 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), no Código Penal Cubano, no Decreto-Lei 317 do Conselho de Estado e na Resolução 16 do Ministro do Interior do país.
(*) Com TeleSUR