Atualizada em 24/01, às 19h19.
Poucas horas depois de chefes de Estado que integram o chamado Grupo de Lima reconhecerem a tentativa de golpe perpetrada pelo atual presidente da Assembleia Nacional Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela nesta quarta-feira (23/01), lideranças e chefes da América Latina e da Rússia anunciaram seu apoio ao presidente eleito, Nicolás Maduro.
Evo Morales, presidente da Bolívia, reagiu contra o golpe, que considerou um ataque à democracia. “Nossa solidariedade ao povo venezuelano e ao irmão Nicolás Maduro, nestas horas decisivas em que as garras do imperialismo buscam novamente ferir de morte a democracia e a autodeterminação dos povos da América do Sul. Não vamos mais ser quintal dos EUA”, postou em sua conta no Twitter.
O porta-voz da secretaria de Relações Exteriores do México, Roberto Velasco, afirmou que o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador não prevê mudanças em sua política exterior em respeito à Venezuela e reconhece a legitimidade da presidência de Nicolás Maduro. O porta-voz reforçou que o governo mexicano se manterá firme em sua política de não intervenção nos assuntos internos da Venezuela.
O presidente Cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, prestou solidariedade ao presidente da Venezuela, Nicolas Maduro. Em sua conta no Twitter, Díaz-Canel acusou os Estados Unidos pela tentativa de golpe na Venezuela, ao apoiar o líder da oposição em sua tentativa de tomar o poder. “Nosso apoio e solidariedade ao presidente Nicolas maduro diante das tentativas imperialistas de desacreditar e desestabilizar a Revolução Bolivariana #SomosCuba #SomosContinuidad”.
Andrei Klimov, membro da Câmara Alta russa, afirmou que a posição da Rússia sobre o reconhecimento de Nicolás Maduro como presidente legítimo da Venezuela não vai mudar. “A Rússia já reconheceu o presidente legalmente eleito da Venezuela Maduro. Nada vai mudar em sua posição [na Rússia]”, disse Klimov.
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Bolívia, México, Cuba e Rússia se posicionam em defesa da legitimidade da presidência de Nicolás Maduro
PT e PSOL
A presidente do Partido dos Trabalhadores, a senadora e deputada federal eleita Gleisi Hoffmann, afirmou em suas contas nas redes sociais que o Brasil só tem a perder “com esta intervenção na Venezuela”: “Começamos hoje na América Latina a caminhada dos conflitos que tanto repudiamos em outros continentes. Líbia, Iraque, Síria são lembranças atuais das são lembranças atuais das decisões arrogantes dos Estados Unidos e seus parceiros políticos. O Brasil só tem a perder com esta intervenção na Venezuela.”
O PSOL divulgou nota em que condena o apoio brasileiro ao golpe no país vizinho. A íntegra do texto é a seguinte:
O Partido Socialismo e Liberdade tem, como princípios, a soberania dos povos e a não-intervenção. Por isso, repudiamos o reconhecimento, por parte do governo Bolsonaro, de um autoproclamado “presidente encarregado” na República Bolivariana da Venezuela. O deputado Juan Guaidó é parte de uma inaceitável intervenção externa urdida pelo Departamento de Estado dos EUA, com apoio dos governos de direita e extrema-direita da América do Sul, entre eles, o Brasil. A diplomacia brasileira é reconhecida pelos constantes esforços em assegurar a paz através de saídas negociadas para conflitos e crises de natureza política. Alinhar-se aos interesses dos EUA e à oposição de direita representa, portanto, um grave ataque à soberania do povo venezuelano, que só se justifica pela necessidade de encobrir os graves escândalos envolvendo a família Bolsonaro. O PSOL defende uma saída pacífica e constitucional para a crise da Venezuela, respeitando a soberania de seu povo e rechaça qualquer interferência estrangeira neste país irmão.
Lula
Por meio de sua conta oficial no Twitter, o presidente Lula afirmou: “Que moral tem esse governo que prende seu maior adversário, frauda uma eleição com fake news de WhatsApp bancadas com caixa 2, que moral tem para falar de Venezuela? Bolsonaro não cuida nem do filho quer cuidar do país alheio? #recadodoLula“.