Os dois principais rivais do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nas eleições de abril anunciaram nesta quinta-feira (21/02) a formação de uma aliança eleitoral para tentar derrotar o chefe de Governo.
Benny Gantz, um respeitado ex-militar, que já foi comandante do Estado-Maior, e o político centrista Yair Lapid, anunciaram a formação de uma lista conjunta para as eleições de 9 de abril. As pesquisas mostram os dois como os principais adversários de Netanyahu. O premiê aposta na vitória, apesar das investigações de corrupção envolvendo seu nome.
Gantz, que lidera o novo partido Resistência Israel, contará com o apoio do ex-ministro da Defesa Moshe Yaalon e de outro ex-comandante militar, Gabi Ashkenazi.
As possibilidades desta aliança podem aumentar se a Justiça israelense anunciar, antes das eleições, a sua intenção de indiciar o primeiro-ministro – que está há uma década no poder – nos casos de suposta corrupção em que é suspeito.
O Likud, partido do premiê, reagiu chamando Gantz de “esquerdista” e “fraco”. “A escolha é clara: ou será um governo de esquerda Lapid-Gantz apoiado pelos partidos árabes, ou um governo de direita dirigido por Netanyahu”, declarou o Likud em um comunicado.
Netanyahu foi primeiro-ministro de 1996 a 1999 e retornou ao poder em 2009, somando 13 anos à frente do Executivo. Atualmente lidera o que é considerado o governo mais à direita da história de Israel. En caso de reeleição, Netanyahu bateria o recorde de longevidade do pai fundador do Estado de Israel, David Ben Gurion, que esteve no poder durante 13 anos.
As possibilidades de Netanyahu formar a próxima coalizão do governo são elevadas, de acordo com Shmuel Sandler, professor de Ciências políticas na Universidade Bar Ilan, perto de Tel-Aviv. “Será a direita contra o centro”, aponta o analista. “Acredito que, tendo em vista os resultados das últimas pesquisas, Netanyahu tem maiores chances de vencer estas eleições, mesmo após a formação desta aliança”, conclui Sandler.
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Oposição a Netanyahu quer tentar tirá-lo do cargo de premiê nas eleições