A segunda cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Hanói, no Vietnã, terminou antes do previsto e sem um acordo entre os líderes, informou a Casa Branca nesta quinta-feira (28/02).
“Os dois discutiram várias formas para garantir a desnuclearização e as questões econômicas relacionadas. Desta vez, não se chegou a um acordo, mas suas respectivas equipes esperam manter reuniões no futuro”, disse a porta-voz norte-americana, Sarah Sanders.
Trump, por sua vez, declarou que suas diferenças com Kim foram reduzidas e que o norte-coreano teria prometido que não faria mais testes nucleares. No entanto, disse Trump, o norte-coreano “tem uma certa visão que não coincide” com a sua. “Tivemos um tempo muito produtivo. Havia várias opções, mas desta vez decidimos que não era uma boa coisa assinar uma declaração conjunta na cúpula”, afirmou.
Os Estados Unidos foram para o encontro com o objetivo de convencer Kim a desmantelar totalmente o Complexo de Yongbyon, local chave para a Coreia do Norte armazenar suas armas nucleares. Já o norte-coreano, por sua vez, queria o fim das sanções, o que foi considerado por Trump como um “desnível” na expectativa entre as nações.
A expectativa também era de que os dois líderes chegassem a um acordo para declarar o fim da Guerra da Coreia, interrompida por um armistício em 1953, mas isso não ocorreu.
Após o encontro de dois dias, Trump já deixou Hanói. Ele chegou ao aeroporto Internacional de Noi Bai por volta das 15h33 (horário local) e o avião presidencial decolou às 15h50 (horário local). O chefe de Estado norte-americano, que afirmou que ainda não está prevista uma nova cúpula com Kim, desembarcará à noite em Washington.
Histórico
Essa é a segunda reunião entre Kim e Trump, após a cúpula de 12 de junho de 2018, em Singapura, quando ambos se comprometeram com a desnuclearização da península coreana.
A reaproximação acontece após pesadas sanções da comunidade internacional contra o regime de Pyongyang, que desenvolveu ogivas nucleares e mísseis intercontinentais capazes de atingir os EUA.
Acusações de Michael Cohen
Durante entrevista a coletiva de imprensa, o presidente dos Estados Unidos aproveitou para se defender das acusações feitas na quarta (27/02) por seu ex-advogado Michael Cohen perante o Congresso norte-americano.
“Não há conluio com os russos”, disse o republicano, que foi chamado de racista, vigarista e trapaceiro na Câmara dos Representantes.
Cohen prestou depoimento após ser condenado a três anos de prisão por evasão fiscal, falso testemunho e violação da lei eleitoral.
(*) Com Ansa
White House
Encontro Trump-Kim terminou antes da hora e sem acordo