A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta sexta-feira (08/03) que uma nova rejeição do acordo proposto pelo governo para sair da União Europeia pode fazer o país permanecer no bloco de forma definitiva. O Parlamento já rejeitou a primeira versão do tratado do Brexit e o votará novamente, sem mudanças significativas no texto, na próxima terça-feira (12/12).
“Rejeitar o acordo significa que ninguém sabe o que acontecerá: podemos não sair da UE por muitos meses, podemos sair sem as proteções que o acordo prevê, e podemos não sair”, declarou May, em uma fábrica da cidade de Grimsby, no nordeste da Inglaterra.
O acordo é rejeitado pelo Partido Trabalhista, de oposição, que se divide entre os que pregam a manutenção do Reino Unido em uma união aduaneira com a UE e os que querem um novo plebiscito sobre o Brexit, mas também é rechaçado dentro do próprio Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra.
Facções da legenda governista criticam o backstop, mecanismo que prevê fronteiras abertas entre República da Irlanda e Irlanda do Norte caso Londres e Bruxelas não fechem um acordo comercial durante o período de transição do Brexit, até 31 de dezembro de 2020.
Segundo os “brexiteers” mais radicais, esse instrumento pode criar uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido. May foi a Bruxelas para tentar renegociar o backstop, mas a União Europeia rejeitou alterar o acordo.
“Todos querem agora que o acordo seja fechado e que se possa ir além das polêmicas para sair da União Europeia como um país unido e pronto a fazer de seu futuro um sucesso”, disse a premiê britânica.
O Brexit está marcado para 29 de março de 2019 e, se não houver acordo, a ruptura pode ser total e imediata, o que provocaria uma severa crise econômica e de abastecimento no Reino Unido.
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