A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou nesta quarta-feira (20/03) que não está preparada para prorrogar a saída do país da União Europeia para além do dia 30 de junho, data que foi pedido por seu governo ao Conselho Europeu e será votada pelo países-membros.
“Eu continuarei trabalhando, dia e noite, para assegurar o apoio de meus colegas […] para esse acordo, mas eu não estou preparada para atrasar o Brexit para além do dia 30 de junho”, disse May.
O anúncio da premiê vem após Londres pedir uma extensão no prazo para a saída do bloco europeu, já que a data limite original (29 de março) se aproxima e o Parlamento britânico já rejeitou duas vezes o acordo do governo para o Brexit.
Ainda nesta quarta, após receber uma carta e conversar com May pelo telefone, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou que os líderes dos países que compõem a União Europeia só irão adiar o prazo do Brexit se a primeira-ministra conseguir aprovar seu acordo para a saída do bloco no Parlamento.
Entretanto, a conservadora encontra resistência não apenas dos parlamentares, que já rejeitaram por duas vezes seu projeto, mas também do presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, que proibiu na segunda-feira (18/03) que a proposta de May para o Brexit fosse votada pela terceira vez se não fossem realizadas mudanças substanciais no texto.
Em seu pronunciamento, a premiê criticou o Parlamento, dizendo que a Casa fez tudo que podia “para evitar fazer uma escolha. Moção atrás de moção, emenda atrás de emenda, tem sido colocada sem que o Parlamento decida o que quer”.
“Eles querem deixar a UE com um acordo que responde à escolha do referendo [de 2016]? Eles querem sair sem um acordo? Ou eles não querem sair de maneira nenhuma, causando um dano potencialmente irreparável dano não apenas a essa geração de políticos, mas ao nosso processo democrático inteiro ?”, questionou May.
A primeira-ministra ainda disse que o não cumprimento do prazo inicial, 29 de março, para a entrega do Brexit “é um grande arrependimento pessoal” e voltou a apelar aos parlamentares para que aprovem o acordo do governo.
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Em seu pronunciamento, a premiê criticou o Parlamento, dizendo que a Casa fez tudo que podia "para evitar fazer uma escolha