Atualizada às 17h01
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta terça-feira (02/04) que vai pedir à União Europeia um segundo adiamento da data final do Brexit, atualmente marcada para 12 de abril. May também disse que vai chamar o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, para conversar e tentar acabar com o impasse sobre para a saída do país da UE.
A premiê disse que a extensão do prazo seria “a mais curta possível”. “Vamos precisar de uma nova extensão do Artigo 50 [o que fala da saída da União Europeia], uma que seja a mais curta possível e que termine quando aprovarmos um acordo. E precisamos ser claros em relação com o que este adiamento será: garantir que saiamos que de maneira ordeira”, afirmou.
May indicou que este adiamento não poderá superar 22 de maio, já que no dia 23 começam as eleições para o Parlamento Europeu – e, se o Reino Unido ainda estiver no bloco, terá que participar do pleito.
Conversa com oposição
A primeira-ministra disse que se ela, líder do partido do Conservador, e Corbyn concordarem em um texto em comum, ele será levado à votação do Parlamento britânico. Caso contrário, o governo vai colocar para votação dos parlamentares “opções” para o futuro relacionamento com a União Europeia, comprometendo-se a cumprir o que o Legislativo decidir – e isso se o partido Trabalhista fizer o mesmo.
No entanto, disse, o acordo proposto pelo governo precisará estar nas discussões. “Qualquer plano terá que concordar com o atual acordo de saída – ele já foi negociado com os outros 27 membros [da União Europeia] e a UE já disse repetidamente que não pode reabri-lo e tampouco o fará.”
“Este debate, esta divisão não pode se arrastar por muito mais. Está causando danos à nossa política”, disse. “Este é um momento decisivo na história dessas ilhas [britânicas] e requer unidade nacional para executar o interesse nacional”, afirmou May em pronunciamento nesta tarde, após uma reunião de sete horas com o gabinete de governo.
Corbyn aceitou o convite de May. “Fico muito feliz em encontrar a primeira-ministra. Não quero estabelecer limites, de um jeito ou de outro, antes destas reuniões. Reconhecemos que ela fez um movimento. Reconheço minha responsabilidade de representar as pessoas que apoiaram os Trabalhistas na última eleição e as pessoas que não apoiaram, mas que, apesar disso, querem certeza e segurança em seus próprios futuros. E esta é base pela qual vamos nos encontrar com ela e manter estas discussões”, disse.
Logo após as declarações de May, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, sugeriu que estaria disposto a falar sobre um novo adiamento. “Mesmo se, depois de hoje, nós ainda não soubermos qual será o resultado final, sejamos pacientes. #Brexit”, tuitou.
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May vai pedir novo adiamento do Brexit à União Europeia