Chávez chega à Colômbia e diz que quer "reconstruir o que foi desmoronado"
Chávez chega à Colômbia e diz que quer "reconstruir o que foi desmoronado"
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou à Colombia nesta terça-feira (9/8) para encontrar-se com o novo presidente do país vizinho, Juan Manuel Santos, e negociarem uma reconciliação diplomática.
"Viemos reconstruir o que foi desmoronado", disse Chávez ao chegar ao aeroporto de Santa Marta, no norte da Colômbia, aonde chegou às 13h10 pela hora local (15h10 em Brasília). A cidade foi escolhida por ser o local de morte de Simón Bolívar, considerado herói por ambos os países. "Esta foi a primeira e extraordinariamente boa decisão que tomamos, ambos, de nos encontrarmos em Santa Marta, em Bolívar e com Bolívar", acrescentou.
Efe
Chávez desembarca em aeroporto colombiano para dialogar o presidente recém eleito, Juan Manuel Santos
Segundo a rede de TV TeleSur, Chávez foi recebido pela chanceler colombiana, Maria Ángela Holguín, e pelo ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, que chegara algumas horas mais cedo.
Venezuela e Colômbia estão com relações rompidas desde o dia 22 de julho, quando Chávez acusou o governo colombiano - na época, sob Álvaro Uribe - de fazer acusações falsas contra o seu país. Uribe oficializara na OEA a denúncia de que a Venezuela abrigaria guerrilheiros colombianos das FARC e do ELN.
Em discurso ao lado de Juan Manuel Santos, o presidente venezuelano ressaltou o "compromiso em construir a paz entre nós, custe o que custar", segundo a TeleSur.
"A paz é o maior porto, felicidade e objetivo na vida. Digo à Colômbia, apesar de todos os pesares, que venho ratificar o meu amor eterno, o amor de um soldado da paz", afirmou Chávez.
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Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial
'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação
Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".
A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.
"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.
"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.
Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández
Luta das mães contra o tabu da cannabis
O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.
A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.
O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.