Os líderes dos protestos no Sudão apresentaram suas demandas ao novo governo militar, que incluem a formação de um governo civil, durante uma reunião, anunciou neste domingo (14/04) a Aliança pela Liberdade e a Mudança, que coordena o movimento.
Milhares de manifestantes permanecem concentrados neste domingo diante do quartel-general do exército em Cartum para manter a pressão sobre a junta militar de transição. No sábado (13/04), o novo homem forte do país, o general Abdel Fatah al Burhan, se comprometeu a “eliminar pela raiz” o regime de Omar al Bashir, presidente destituído na quinta-feira (11/04) pelo exército.
Uma delegação de 10 representantes dos manifestantes se reuniu no sábado com a junta militar e apresentou suas demandas, anunciou em um comunicado Omar al Digeir, líder da Aliança pela Liberdade e a Mudança, que reúne a Associação dos Profissionais Sudaneses (SPA) e partidos da oposição.
Entre os pedidos está, indicou Digeir, a reestruturação do poderoso Serviço de Inteligência Sudanês (NISS), cujo diretor, Salah Gosh, pediu demissão após a destituição de Al Bashir. “Continuaremos organizando protestos até que nossos pedidos sejam atendidos, incluindo a formação de um governo completamente civil”, declarou Digeir.
Nova promessas
A Aliança pela Liberdade e a Mudança reclama a integração de civis à junta militar de transição. Al Burhan, nomeado na sexta-feira (12/04) como substituto do general Awad Ibn Ouf, que renunciou depois de passar apenas 24 horas no poder, prometeu uma série de medidas vistas como concessões aos manifestantes.
Ele anunciou o fim do toque de recolher noturno – imposto na quinta-feira -, a libertação de todos os manifestantes detidos nas últimas semanas e se comprometeu a levar a julgamento os responsáveis por mortes durante os protestos.
Outro anúncio feito pela junta militar como demonstração de boa vontade foi a demissão de Salah Gosh, que supervisionou nos últimos quatro meses a repressão às manifestações que provocaram dezenas de mortes desde dezembro.
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Protestos continuam no Sudão, líderes das manifestações apresentaram demandas ao novo governo militar.