O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta quarta-feira (17/04) o congelamento no preço de produtos essenciais para tentar conter a inflação no país. Cerca de 60 produtos, entre eles óleo, arroz, farinha, macarrão, leite e açúcar terão os preços estabilizados por seis meses.
Em três meses a inflação no país chegou a metade do esperado para o ano de 2019, acumulando 11,8%. Em 2018, a Argentina fechou o ano com a inflação em 54,7%, duas vezes mais do que o prometido pelo presidente.
O pacote de medidas foi anunciado após o aumento do número de pessoas em situação de pobreza no país latino-americano e lançado em ano eleitoral, no qual o presidente Macri tentará a reeleição.
O acordo do congelamento dos preços foi feito em parceria com 16 empresas que irão fixar os valores e disponibilizá-los a partir do dia 22 de abril. Os produtos estarão disponíveis em 2,5 mil pontos de venda. O preço de alguns tipos de carne, item muito comum nas mesas das famílias argentinas, também será congelado.
Macri prometeu também não aumentar tarifas na conta de luz e no transporte público até o final do ano. O gás terá aumento gradual até junho. O governo também anunciou plano de renegociação de dívidas fiscais para micro e pequenas empresas, aumentando o prazo do pagamento para 60 parcelas.
Segundo o governo, será disponibilizado desconto entre 10% e 25% para 18 milhões de pensionistas e aposentados que são beneficiários da Anses (Administração Nacional de Seguridade Social) nas compras de alimento, roupa, eletrodomésticos e materiais de construção, e linha de c´rédito aos beneficiários com cerca de 124 bilhões de pesos (cerca de 11,97 bilhões de reais). Os beneficiados também terão descontos de 20% a 70% em medicamentos nas farmácias argentinas.
Crise
De acordo com pesquisa divulgada em 29 de março pelo Instituto Nacional de Censo e Estatística (Indec), o número de pessoas em situação de pobreza na Argentina aumentou 6,3% no segundo semestre de 2018, cerca de 32% da população argentina é pobre.
Antes do pedido de empréstimo de US$ 56,3 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e as políticas econômicas aplicadas pelo governo Macri, números indicam que a pobreza aumentou 4,7% em seis meses.
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Governo de Mauricio Macri anunciou novas medidas que visam amenizar a crise na Argentina.