O primeiro-ministro de Portugal, o socialista Antonio Costa, disse nesta sexta-feira (03/05) que irá renunciar se uma medida que reconhece que a atualização dos salários dos professores deve incluir quase dez anos de congelamento for aprovada pelo Parlamento português..
“A aprovação final desta iniciativa representaria uma ruptura irreparável com o compromisso de equilibro e comprometeria a credibilidade internacional de Portugal”, disse Costa após liderar uma reunião de emergência com seu gabinete ministerial.
“Não estamos fazendo chantagens, nem ultimatos. É o meu dever de lealdade informar aos portugueses com franqueza”, acrescentou.
De acordo com o premiê, aceitar as reivindicações dos professores obrigaria o governo a habilitar verbas excepcionais que só seriam possíveis por meio de cortes ou aumentos de impostos.
Além disso, se a iniciativa prosperar, abriria caminho para exigências similares de outros funcionários públicos e de trabalhadores que também sofreram congelamento salarial durante os piores anos da crise. “Qualquer uma das alternativas compromete a governabilidade”, disse Costa.
A poucos meses das eleições, previstas para outubro, “quatro partidos se entenderam na Assembleia da República para aprovar algo que não tinham proposto (em seus programas eleitorais)”, acrescentou o premiê, referindo-se à aprovação ocorrida nesta quinta-feira (02/05), no Parlamento, de uma iniciativa para contabilizar de forma integral o tempo de serviço congelado dos professores para atualizar seus salários.
Todas as bancadas, com exceção da socialista, votaram a favor da medida. Segundo Costa, seus aliados no governo, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, são “coerentes” com o que vêm defendendo desde 2017, mas a direita está se unindo em torno de uma atitude que ele classificou como “incoerente”.
*Com Agência Efe
Agência Efe
Pauta foi votada nesta quinta por partidos de oposição; segundo Costa, a direita está se unindo em torno de uma atitude ‘incoerente’