O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou nesta quarta-feira que todas as tropas que estão situadas na região fronteiriça com a Colômbia estejam em “alerta máximo”, depois que o governo colombiano denunciou uma suposta violação do seu território da parte de militares venezuelanos – o que Caracas nega veementemente que tenha acontecido, classificando o episódio como tentativa de “gerar falsos positivos”.
“Mandei que todas as unidades militares da fronteira tomassem medidas especiais de precaução, máximo alerta, porque há uma escalada de declarações que poderia terminar em uma escalada militar”, disse Maduro durante um ato com agricultores.
Na opinião do governante venezuelano, essa escalada responde à intenção de “forças criminosas da Colômbia” que atuam contra a Venezuela.
“Tudo isto é parte do plano miserável de Iván Duque (presidente colombiano) que, arrastado pelo governo de Donald Trump (dos Estados Unidos), põe a Colômbia a serviço de uma agressão contra sua irmã Venezuela”, declarou Maduro.
Suposta invasão
O governo colombiano expressou nesta quarta-feira à comunidade internacional sua “preocupação” com uma suposta violação do seu território por parte de militares venezuelanos ocorrida na segunda-feira passada em Cúcuta, capital do departamento fronteiriço de Norte de Santander.
“O Ministério de Relações Exteriores, em nome do governo da República da Colômbia, põe em conhecimento da comunidade internacional sua preocupação com a ocorrência deste tipo de fatos provocadores, gerados pelo regime de Nicolás Maduro, que afetam as comunidades da área de fronteira”, alertou a chancelaria colombiana em comunicado.
Em nota, a chancelaria venezuelana chamou de “irresponsável” a declaração de Bogotá. “O Governo da República Bolivariana da Venezuela condena e rechaça veementemente a falsa informação divulgada no dia de hoje pelo governo da Colômbia, sobre a incursão de uma unidade militar venezuelana em território da Colômbia. Resulta perigosa e irresponsável a obcecada pretensão do governo da Colômbia, assalariado do governo dos Estados Unidos, por gerar mediante falsos positivos, condições para uma escalada milita na fronteira comum”, diz o texto.
Colômbia e Venezuela, que compartilham uma fronteira terrestre de 2.219 quilômetros, não têm relações diplomáticas desde 23 de fevereiro, quando Maduro anunciou a ruptura após a tentativa de entrada de uma caravana com suposta “ajuda humanitária” liderada pelo autoproclamado presidente encarregado, o deputado opositor Juan Guaidó, reconhecido como governante interino por mais de 50 países.
(*) Com EFE
Efe/Prensa Miraflores
Maduro ordenou ‘alerta máximo’ na fronteira com Colômbia