Um grupo de deputados e senadores da França pediu neste domingo (12/05) a criação de uma comissão para investigar a relação entre a líder do partido de direita Agrupamento Nacional (RN, por sua sigla em francês), Marine Le Pen, e o ex-estrategista de Donald Trump, o ultradireitista Steve Bannon.
O ex-ministro conservador Frédéric Lefebvre divulgou uma carta dirigida aos presidentes das comissões de Leis e de Relações Exteriores da Assembleia Nacional e do Senado na qual pede uma investigação sobre Le Pen por “conspirar com uma potência estrangeira, com a cumplicidade de altos funcionários”.
A denúncia foi fundamentada em imagens divulgadas por um documentário do canal France 2 que mostram Bannon reunido com o marido de Le Pen e número dois do RN, Louis Aliot, em Londres, para abordar supostamente uma ajuda financeira ao partido francês, algo proibido por lei.
Senadores e deputados de diferentes grupos se somaram a este pedido. Na carta, o grupo solicita um esclarecimento sobre se Aliot convidou Bannon para participar de reuniões secretas em Paris com diplomatas e altos funcionários que apoiam o RN, como sugere o vídeo.
O Agrupamento Nacional reagiu rapidamente ao pedido dos legisladores para anunciar que apresentará uma denúncia por difamação e calúnia nos próximos dias.
“Apesar do caráter absolutamente inverossímil das acusações, o Agrupamento Nacional não pode deixar passar as elucubrações”, afirmou o partido de Le Pen.
Bannon é ex-diretor do site de extrema-direita Breitbart News e ganhou tanto poder dentro da Casa Branca no início do mandato de Trump que alguns brincavam que ele era o presidente de fato. O ex-estrategista foi responsável por manter Trump comprometido com o discurso populista que o levou ao poder e o motivou, entre outras coisas, a publicar o polêmico decreto que vetava a entrada de refugiados e imigrantes de alguns países muçulmanos nos EUA. Bannon também está por trás da saída do país do Acordo de Paris sobre a mudança climática.
*Com Efe
Agência Efe
Ex-estrategista foi responsável por manter Trump comprometido com o discurso populista que o levou ao poder