O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, anunciou neste sábado (15/06) o fechamento dos portos italianos para o desembarque de 52 migrantes resgatados pela organização alemã Sea Watch na costa da Líbia, no Mediterrâneo Central, na última quarta-feira (12/06).
“Acabei de assinar a proibição de entrada, trânsito e parada para o navio da ONG Sea Watch 3 em águas italianas, como previsto pelo novo Decreto de Segurança”, escreveu no Twitter.
Segundo o vice-premier, o documento ainda deve ser assinado pelos ministros de Transportes e Defesa da Itália para barrar “os cúmplices de contrabandistas e traficantes”.
A entidade, por sua vez, afirmou que está esperando um porto de segurança há três dias para realizar o desembarque e ressaltou estar a cerca de 16 milhas da ilha de Lampedusa. “Nós nunca levaremos ninguém de volta à Líbia”, reiterou a porta-voz da ONG Sea Watch, Giorgia Linardi, afirmando que “a Líbia não é um refúgio seguro”.
“As pessoas a bordo nos disseram que haviam passado longos períodos de detenção na Líbia e sofreram assédio indescritível”, acrescentou ela.
Reprodução
Itália fechou porto no qual desembarcariam 52 migrantes resgatados pela ong Sea Watch
Salvini, no entanto, avisou que o desembarque deve ser feito em Trípoli, onde as autoridades têm os portos abertos. Além disso, o ministro italiano recusa a hipótese de o Sea Watch 3 se dirigir para Malta, como alternativa.
“Os portos italianos permanecem barrados. O Sea Watch tem carregado a bordo os migrantes que estavam prestes a ser resgatados pela guarda costeira da Líbia”, escreveu o vice-premier italiano na rede social.
De acordo com a lei internacional as embarcações são obrigadas a levar os migrantes para o porto seguro mais próximo. Por essa razão, Salvini alega que deverá ser a Líbia a acolher o navio de resgate.
A proibição acontece na mesma semana em que o Conselho dos Ministros da Itália aprovou uma nova versão do Decreto de Segurança e Imigração, principal instrumento do governo para combater os fluxos migratórios no Mediterrâneo.
O novo texto prevê multas de 10 mil a 50 mil euros para os comandantes de navios que violarem proibições de navegar ou estacionar em águas territoriais italianas.