Manifestantes em diversas cidades da Venezuela foram às ruas neste sábado (10/08) para protestar contra as novas sanções impostas pelos Estados Unidos ao país sul-americano e que foram decretadas nesta semana pelo presidente Donald Trump. A movimentação faz parte de um dia de jornadas pelo mundo em rechaço às medidas norte-americanas, chamado de “No Más Trump” (Trump não mais).
As manifestações foram marcadas para acontecer nas praças Bolívar de todo o país, fazendo uma referência simbólica a Simón Bolívar, figura histórica defensora da descolonização latino-americana. Foram registrados protestos em Caracas, Mérida, Guárico e outros locais.
Há também registros de protestos em outros lugares do mundo, como Havana, Roma, Sófia (Bulgária), Melbourne (Austrália), Berlim e São Paulo.
O presidente Nicolás Maduro participou do protesto na capital. “A Venezuela rompeu a dependência colonial que a atacava na política e na economia há muito tempo e está sendo preparado, estamos preparando para exercermos nossa independência absoluta e vencer o bloqueio imperial”, afirmou o mandatário.
Maduro foi um dos que firmou o abaixo-assinado “No Más Trump”, que será entregue à ONU pelas autoridades venezuelanas. O documento demonstra o rechaço da Venezuela e de outros aliados do país contra as sanções norte-americanas. O ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, afirmou que mais de 13 milhões de assinaturas devem fazer parte do abaixo-assinado.
AVN
Manifestantes foram às ruas de Caracas contra sanções dos EUA
Pouco antes, Maduro disse que a participação da população nas assinaturas era “extraordinária”. Estamos contentes pelos altos níveis de consciência dos venezuelanos, independentemente de sua ideologia política. O povo, sem tintas políticas, veio assinar porque está contra a agressão imperialista, porque sabem que nos afeta a todos e são danos colaterais criminais que atentam contra nossos direitos humanos”, afirmou.
Sanções
Na segunda-feira (05/08), Trump ordenou que ativos venezuelanos nos Estados Unidos fossem bloqueados. A decisão foi imposta após a assinatura de uma ordem executiva, que também proíbe a realização de transações comerciais com a nação sul-americana. A resolução diz que “todos os bens e interesses do governo da Venezuela que se encontram nos EUA estão bloqueados e não podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados nem tratados de outra maneira”.
A ordem executiva entrou em vigor de forma imediata, somando-se a outras medidas coercitivas implementadas por Trump durante seu mandato contra o governo venezuelano. A medida veio dias depois das declarações dadas por Trump na Casa Branca, durante as quais, após ser questionado por jornalistas se considerava reforçar o bloqueio imposto à Venezuela, afirmar que sim.