Atualizado às 18h25
A China anunciou nesta sexta-feira (23/08) a imposição de tarifas sobre aproximadamente 75 bilhões de dólares em mercadorias norte-americanas, como uma medida de retaliação às novas taxas impostas pelos EUA sobre produtos chineses.
Após o anúncio, o presidente norte-americano Donald Trump pediu para que empresas dos EUA comecem a procurar “alternativas à China, incluindo trazer suas companhias para casa e fabricar seus produtos nos EUA”. “A vasta quantidade de dinheiro roubado pela China dos Estados Unidos, ano após ano, por décadas, irá e deve parar”, disse o presidente.
Segundo o Ministério do Comércio chinês, as novas tarifas recaem sobre mais de 5 mil mercadorias norte-americanas como petróleo, aviões de pequeno porte, soja, carne bovina e suína e produtos agrícolas.
A medida de Pequim vem como retaliação às sobretaxas de 10% sobre 300 bilhões de dólares em importações chinesas impostas pelos EUA no início do mês de agosto.
Nesta sexta-feira, Trump ainda chegou a dizer que EUA não precisam da China “e, francamente, estaríamos muito melhor sem eles”. O presidente também disse que enviaria um pedido às empesas de serviços postais dos EUA como FedEx e UPS para que realizassem buscas em correspondências chinesas e procurassem pelo opioide Fentanyl.
Pela tarde, o presidente norte-americano anunciou a ampliação das sobretaxas sobre produtos chineses e chamou a relação comercial entre China e EUA de “injusta”.
“A partir do dia 1º de outubro, os 250 bilhões de dólares de bens e produtos da China, atualmente taxados em 25%, serão taxados em 30%. Além disso, os 300 bilhões de dólares restantes de bens e produtos da China, que foi sobretaxado a partir de 1º de setembro em 10%, serão agora taxados em 15%”, anunciou Trump.
White House
Presidente norte-americano afirmou que empresas dos EUA devem procurar ‘alternativas à China’
Guerra comercial
Ainda no início do mês, após as sobretaxas anunciadas pelos EUA, Pequim divulgou uma orientação dada às empresas chinesas para interromperem as compras de produtos agrícolas norte-americanos.
À época, o Ministério do Comércio da China afirmou que esperava que Washington mantivesse suas promessas de criar “condições necessárias” para a continuidade da cooperação.
Para a China, Washington tem colocado suas leis domésticas acima das leis internacionais, “uma prática muito insensata”.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo teve início ainda em 2018 e sofreu uma escalada durante o mês de agosto. A tensão entre Washington e pequim também foi marcada pela inserção da empresa chinesa de telecomunicação Huawei na “lista negra” dos EUA.