A Câmara dos Lordes, instância alta do poder legislativo do Reino Unido, aprovou nesta sexta-feira (06/09) uma emenda que impede que o primeiro-ministro Boris Jonhson force uma saída do país da União Europeia (UE) sem um acordo.
A proposta, elaborada por uma frente mista de parlamentares e aprovada pelo Parlamento britânico no início da semana, passou pela Câmara dos Lordes sem nenhuma alteração, o que significa que não precisará retornar à Câmara dos Comuns. Segundo o jornal The Guardian, a emenda se tornará lei na próxima segunda-feira (09/09).
Com a aprovação da medida, o governo britânico comandado pelo conservador Boris Johnson será obrigado a adiar o prazo para o Brexit para o dia 31 de janeiro caso o Parlamento não aprove um acordo apresentado por Downing Street ou a proposta de deixar a UE sem um acordo.
Ao assumir o cargo em julho, Johnson reiterou sua intenção de deixar o bloco europeu, com ou sem acordo, no prazo estabelecido – dia 31 de outubro.
Com a aprovação da emenda no Parlamento, o premiê sofreu sua primeira derrota em uma votação na Casa. Johnson rechaçou a medida dizendo que outro atraso para o Brexit seria “inútil” e propôs eleições gerais, moção que também foi derrotada no Legislativo.
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Câmara dos Lordes aprovou emenda que impede uma saída da UE sem um acordo
Nesta quinta-feira (05/09), o primeiro-ministro voltou a criticar a decisão e proferiu ataques contra o líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, afirmando que “ele é o primeiro político da oposição que não quer uma eleição”.
“Eu não quero uma eleição de forma nenhuma. Mas, francamente, não consigo ver nenhuma outra maneira. Eu acho que existe um grande contraste entre minha abordagem e […] a abordagem de Jeremy Corbyn e do partido trabalhista. Eu acho que ele é o primeiro político da oposição que não quer uma eleição”, disse o premiê.
Johnson chegou a dizer que “preferia estar morto em uma vala” a pedir outra extensão para o Brexit.