O partido de esquerda França Insubmissa denunciou nesta terça-feira (17/09) que o líder da legenda, Jean-Luc Mélenchon, é alvo de uma perseguição política e linchamento midiático. Em comunicado, o partido de esquerda afirmou que Mélenchon e outros integrantes são vítimas do chamado “lawfare”, termo utilizado para descrever o uso da justiça como instrumento para neutralizar oponentes.
A denúncia da França Insubmissa vem como rechaço a um processo judicial que começará nesta quinta-feira (19/09) em Bobigny, município que fica no departamento de Sena-Saint Denis, no qual o dirigente de esquerda e vários correligionários enfrentarão acusações como “intimidação contra autoridade judicial, rebelião e provocação”, após uma ordem busca e apreensão cumprida em outubro do ano passado na sede do partido.
De acordo com a legenda, querem acusar os militantes de violência com ajuda de manipulação, após a divulgação de apenas trechos específicos de um vídeo gravado no momento em que policiais revistam o local.
Os advogados de Mélenchon exigiram as imagens completas e nunca as obtiveram, até que o veículo de comunicação que havia gravado publicou todas na íntegra.
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Líder da legenda de esquerda da França enfrenta julgamento nesta quinta-feira
O próprio líder do partido afirmou que é alvo de uma “execução política” e alertou para o fato de que pode sair do julgamento em Bobigny condenado a 10 anos de prisão e uma multa de 150 mil euros.
“A intenção é nos afetar o máximo de tempo possível. Uma representação que precede uma execução política quer estamos condenados previamente”, disse Mélechon em entrevista ao Le Journal du Dimanche.
O França Insubmissa convocou protestos para o dia do julgamento e irá acontecer em diversos pontos do país. A organização do partido afirmou que as manifestações se colocarão contra “a instrumentalização da justiça para fins políticos”.
Durante uma viagem recente pela América Latina, Mélenchon visitou o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o petista está preso desde abril de 2018. “Todos sabem que Lula está preso por motivos políticos”, disse o francês após a reunião.
*Com Prensa Latina