O atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder da principal legenda de oposição nas últimas eleições, Benny Gantz, se reuniram na residência do presidente israelense, Reuven Rivlin, nesta segunda-feira (23/09) e deram início às negociações para a formação de um governo de coalizão, após um impasse gerado pela incapacidade de nenhum partido conquistar maioria no último pleito.
“Demos um passo significativo hoje à noite e agora o principal desafio é construir um canal direto de comunicação fora da confiança entre os dois lados”, afirmou Rivlin. Segundo o presidente, Israel “espera que se encontre uma solução” para que se “evite outra eleição”.
De acordo com o jornal Times of Israel, era esperado que o presidente israelense sugerisse a formação de um “acordo de rotação”, onde ambos os líderes se revezassem no cargo de primeiro-ministro.
Entretanto, apesar de Netanyahu e Gantz terem conversado por cerca de duas horas na reunião, nenhum acordo ainda foi firmado entre os candidatos. Segundo o periódico israelense Haaretz, o partido do atual premiê, o Likud, quer ser o primeiro a liderar o governo de rotação, mas o Azul e Branco, de Gantz, exige que Netanyahu fique fora dos dois primeiros anos do governo.
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Impasse foi gerado após nenhum partido conquistar maioria no último pleito
Partidos árabes
Após se consultar com o presidente de Israel, Reuven Rivlin, neste domingo (22/09), a chamada Lista Conjunta, majoritariamente formada por partidos árabes, indicou o nome do candidato de centro-direita Benny Gantz para liderar o próximo governo israelense.
O movimento ampliou a vantagem do líder do partido Azul e Branco sobre o atual primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que ficou atrás da legenda centrista nas últimas eleições realizadas no dia 17 de setembro. Embora o resultado do pleito tenha dado à legenda de Gantz mais assentos do que ao partido do atual premiê – o Azul e Branco ficou com 33 cadeiras e o Likud com 31 – nenhum partido alcançou maioria no Parlamento.
Essa é a primeira vez em 27 anos que os partidos árabes declaram apoio a um candidato sionista para a liderança de um governo no país. Com isso, a coalizão liderada por Gantz chega a 57 assentos no Knesset (Parlamento israelense), restando apenas quatro cadeiras para conquistar a maioria de 61 necessárias para governar. Por sua vez, a coalizão chefiada por Netanyahu conquistou 55 assentos após se juntar com partidos da ultradireita.