O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira (09/10) o início de uma ofensiva no nordeste da Síria contra forças curdas.
A coalizão curda Forças Democráticas da Síria (SDF) foi a principal aliada dos EUA na luta contra o Estado Islâmico no país árabe e controla hoje o nordeste da nação, área que faz fronteira com a Turquia.
A ofensiva se tornou possível após a decisão do mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as tropas norte-americanas da região.
Erdogan teme que a criação de um território autônomo curdo na Síria fortaleça movimentos separatistas em seu país, que abriga boa parte dos cerca de 30 milhões de membros dessa etnia.
O presidente turco alega que o objetivo da ofensiva é combater as Unidades de Proteção Popular (YPG), milícia que integra as SDF e é ligada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
“As Forças Armadas turcas, ao lado do Exército Nacional Sírio, acabam de lançar a Operação Primavera de Paz contra o PKK/YPG e os terroristas do Estado Islâmico no norte da Síria. Nossa missão é evitar a criação de um corredor do terror ao longo de nossa fronteira sul e levar paz à região”, disse Erdogan no Twitter.
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Ofensiva se tornou possível após a decisão do mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as tropas norte-americanas da região
Segundo ele, a invasão busca criar uma “zona de segurança” na divisa entre os dois países e “facilitar o retorno de refugiados sírios para suas casas”. “Vamos preservar a integridade territorial da Síria e liberar comunidades locais dos terroristas”, prometeu.
A ação tem o apoio do Exército Nacional Sírio, grupo rebelde contrário ao regime do presidente Bashar al-Assad. As autoridades curdo-sírias, por sua vez, convocaram toda a população da região a se dirigir à fronteira com a Turquia para “cumprir seu dever moral de resistência neste momento histórico e delicado”.
“Caças turcos lançaram ataques sobre áreas civis. Há um grande pânico na população da região”, escreveu no Twitter um porta-voz dos combatentes curdos. Já Donald Trump disse que seu objetivo com a retirada era sair de “ridículas guerras sem fim”, mas ameaçou “destruir” a economia da Turquia se o país agir “fora dos limites”.
*Com ANSA