Milhares de manifestantes foram às ruas de Barcelona e outras províncias da região da Catalunha nesta terça-feira (15/10) no segundo dia de protestos contra a condenação de nove líderes independentistas a penas entre nove e 13 anos de prisão pela tentativa fracassa de alcançar a independência catalã em 2017.
Desde as primeiras horas da manhã, manifestantes bloquearam estradas importantes como a AP-7, que ficou interrompida entre os quilômetros 55 ao 71, em ambos os sentidos. Além disso, 45 voos no aeroporto El Prat foram cancelados.
A repressão policial também continuou contra os manifestantes nesta terça-feira. As forças de segurança utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e orientaram cidadãos ao não circularem pelo centro de Barcelona.
Segundo o jornal El País, somente em Barcelona, onde se concentraram cerca de 40 mil pessoas, três manifestantes foram presos e ao menos nove ficaram feridos.
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Os protestos começaram nesta segunda-feira, logo após a divulgação da condenação dos independentistas. Os manifestantes utilizaram uma plataforma digital chamada Tsunami Democràtic (Tsunami Democrático) para convocar os atos e coordenar os participantes.
Em comunicado feito na noite desta terça-feira, o governo do premiê espanhol Pedro Sánchez condenou os episódios violentos e disse que são ações “coordenadas para romper a convivência”.
Reprodução
Segundo o jornal El País, somente em Barcelona, três manifestantes foram presos e ao menos nove ficaram feridos
Condenação
O Tribunal Supremo da Espanha condenou nove políticos da Catalunha a penas que vão de nove a 13 anos de prisão por causa do plebiscito separatista de outubro de 2017, que culminou em uma declaração unilateral de independência considerada ilegal por Madri.
A pena mais alta foi dada ao ex-vice-presidente da Catalunha Oriol Junqueras. Já o ex-porta-voz da Presidência Jordi Turull, o ex-secretário catalão das Relações Exteriores Raül Romeva e a ex-secretária do Trabalho Dolors Bassa pegaram 12 anos de cadeia.
A Justiça entendeu que os réus cometeram um delito de sedição (sinônimo de desordem ou revolta) ao tentar declarar a independência da Catalunha de maneira “ilegal”.
Independência
A Catalunha havia declarado sua independência em outubro de 2017, após um plebiscito considerado ilegítimo pelo governo espanhol, então chefiado pelo conservador Mariano Rajoy.
Na sequência, Madri destituiu a administração catalã e assumiu o controle da comunidade autônoma, convocando eleições para dezembro de 2017. Na ocasião, os partidos separatistas conquistaram novamente a maioria no Parlamento regional e o direito de indicar seu novo presidente.
O primeiro nomeado foi Puigdemont, mas ele acabou impedido de tomar posse a distância por estar no exílio. O cargo é ocupado atualmente por Quim Torra, que pertence ao mesmo grupo político do ex-presidente.
*Com Ansa