As autoridades de Rojava, região autônoma controlada pelos curdos no nordeste da Síria, acusaram nesta quinta-feira (17/10) a Turquia de usar armas químicas de fósforo branco e napalm em sua incursão militar na região, especialmente na cidade de Ras al Ayn, na fronteira entre os dois países.
“O agressor turco está usando todas as armas disponíveis contra Ras al Ayn. Frente ao óbvio fracasso de seu plano, Erdogan está recorrendo a armas proibidas no mundo inteiro, como fósforo branco e napalm”, diz um comunicado dos curdos sírios.
Poucas horas antes, Mustafa Bali, chefe de comunicação das Forças Democráticas da Síria (SDF), coalizão de maioria curda que controla parte do nordeste do país árabe, já havia acusado Ancara de empregar “armas não-convencionais” em sua ofensiva.
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Já o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, garantiu que seu Exército “não tem armas químicas em seu inventário”. “As milícias curdas das YPG usam armas químicas para depois acusar a Turquia”, acrescentou, em referência às Unidades de Proteção Popular, que compõem as SDF.
A ofensiva no nordeste da Síria começou em 9 de outubro, após a decisão dos Estados Unidos de retirar suas tropas da região, apesar de o país ter financiado as SDF para derrotar o Estado Islâmico (EI) na Síria.
Wikicommons
‘Erdogan está recorrendo a armas proibidas no mundo inteiro, como fósforo branco e napalm’, diz comunicado dos curdos sírios
O presidente Donald Trump disse que seu objetivo é retirar os EUA de “guerras sem fim”, mas impôs sanções à Turquia por causa da operação militar. Além disso, ainda antes da incursão, enviou uma carta ao mandatário turco, Recep Tayyip Erdogan, pedindo para ele “não bancar o durão” e fazer um acordo com os curdos.
A imprensa da Turquia diz que Erdogan jogou o documento “no lixo” por considerá-lo “privado de cortesia diplomática”. Na carta, Trump também ameaça “destruir” a economia turca.
*Com ANSA