O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, se encontrou na manhã desta segunda (28/10) com o atual ocupante do cargo, Mauricio Macri, derrotado por ele nas eleições deste domingo (27/10) em primeiro turno.
Fernández saiu sem dar declarações após cerca de uma hora de reunião com Macri. De acordo com o jornal Clarín, fontes do governo disseram que o encontro foi “muito positivo” e que os dois se manterão em contato para uma “excelente transição”.
Fernández e a vice-presidente eleita, Cristina Kirchner, assumem o cargo no dia 10 de dezembro.
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Eleição
A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.
Com 97,13% das urnas apuradas, Fernández aparece com 48,10% dos votos, contra 40,37% de Macri. A lei eleitoral da Argentina prevê vitória em primeiro turno se algum candidato alcançar 45% dos votos, ou se conquiste mais de 40% abrindo uma vantagem de 10 pontos percentuais do segundo colocado.
Presidência da Argentina
Presidente eleito Alberto Fernández se encontrou com Macri na Casa Rosada
Presidente, enfim
Considerado um peronista moderado, Alberto Fernández é advogado e professor do Departamento de Direito Penal e Processo Penal da Universidade de Buenos Aires, na capital da Argentina. Durante a carreira acadêmica, o presidente eleito da Argentina publicou, em colaboração com outros autores, quatro livros sobre o mundo do direito criminal e penal.
Fernández havia participado somente de uma eleição em 2000, quando disputou uma vaga no legislativo de Buenos Aires. Na política, Fernández é conhecido como flexível. Foi subdiretor-geral no ministério de Raúl Alfonsín (presidente entre 1983 e 1989), tesoureiro da campanha de Eduardo Duhalde (presidente de 2002 a 2003) até chegar à chefia da campanha de Néstor Kirchner.
O peronista ainda foi Chefe de Gabinete de Néstor por quatro anos, de 2003 a 2007. Com a vitória de Cristina, Fernández permaneceu por mais um ano no gabinete. O argentino renunciou ao cargo em 2008 após conflitos com a ex-presidente e desde então não exerceu mais atividades políticas.
ELEIÇÕES NA ARGENTINA: COBERTURA COMPLETA
Em maio de 2019, Kirchner anunciou sua candidatura a vice, deixando Fernández como responsável por liderar a chapa. Na ocasião, a ex-chefe de Estado afirmou que a integração Alberto-Cristina era o “necessário” para “não somente ganhar uma eleição, mas para governar”.
Em uma entrevista ao programa El Último Semestre, Fernández afirmou que sabe sair de uma crise, pois “aprendeu” com Néstor [Kirchner]. Ainda nesta entrevista, o novo presidente declarou ser um “um liberal de esquerda, um liberal progressista”.
“Acredito nas liberdades individuais e acho que o Estado tem que estar presente para o que o mercado precisar. E sou um peronista. Estou inaugurando o braço do liberalismo progressista peronista”, disse.