O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste domingo (10/11) a convocação de novas eleições gerais no país e a renovação total dos membros do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) como medidas de pacificação frente à escalada de violência e tentativa de golpe de Estado colocada em marcha por grupos de oposição.
“Decidi convocar novas eleições nacionais que, mediante o voto, permitam ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos atores políticos”, disse o presidente em comunicado transmitido em rede nacional.
O mandatário ainda afirmou que o governo irá “renovar a totalidade de membros do Tribunal Supremo Eleitoral”. “Nas próximas horas, a Assembleia Legislativa Plurinacional, de acordo com todas as forças políticas estabelecerá os novos procedimentos”, disse.
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As medidas anunciadas vêm após o mandatário denunciar neste sábado uma tentativa de golpe de Estado no país após diversas unidades policiais se amotinarem contra o governo.
Na madrugada deste domingo, Evo denunciou que a casa de sua irmã Esther Morales Ayma, que fica em Oruro, e as residências dos governadores de Chuquisaca, Esteban Urquizu, e de Oruro, Víctor Hugo Vásquez, haviam sido incendiadas na noite de sábado por grupos violentos da oposição.
ABI
‘Decidi convocar novas eleições nacionais que permitam ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades’, disse o presidente
“Denunciamos e condenamos perante a comunidade internacional e o povo boliviano que o plano de golpe fascista executa atos violentos com grupos irregulares, que atearam fogo na casa dos governadores de Chuquisaca e Oruro e da minha irmã naquela cidade. Vamos preservar a paz e a democracia”, disse o mandatário boliviano pelo Twitter.
Parecer da OEA
A pedido do governo, a Organização dos Estados Americanos (OEA) realizou uma auditoria na apuração das eleições realizadas no último dia 20 de outubro e, após detectar alterações nos resultados, recomendou a realização de um novo pleito.
A auditoria foi feita a pedido do governo de Morales como forma de pacificar a onda de violência que tomou as ruas das principais cidades bolivianas incitada pelos partidos de oposição que não reconheceram a derrota nas eleições gerais.
O principal adversário de Evo na disputa, Carlos Mesa, do partido Comunidade Cidadã, que ficou em segundo lugar nas eleições, se recusou a apoiar a auditoria da OEA.
Golpe de Estado
O presidente da Bolívia havia convocado neste sábado os partidos de oposição para um diálogo imediato para barrar a tentativa de golpe de Estado em curso no país.
Por sua vez, as Forças Armadas se pronunciaram e o comandante do Exército boliviano, Willams Kaliman, pediu que se encontre uma solução política para a situação e assegurou que “nunca enfrentaremos o povo”.
Veja entrevista coletiva de Evo Morales: