A senadora Jeanine Áñez, do partido de oposição Democratas, anunciou na noite deste domingo (10/11) que irá assumir a presidência da Bolívia interinamente para convocar eleições gerais no país.
Áñez é a segunda vice-presidente do Senado boliviano e, segundo a Constituição do país, ela seria a próxima na linha de sucessão após a renúncia do presidente Evo Morales, de seu vice Alvaro Garcia Linera e da presidente do Senado Adriana Salvatierra.
Em entrevista à emissora privada Unitel, a senadora opositora ao governo de Morales afirmou que “como estabelece nossa Constituição, estou na segunda vice-presidência, caberia a mim assumir esse dever com o único objetivo de convocar novas eleições, pacificar o país e voltar à normalidade”.
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“Eu tenho que cumprir com o país, se trata de pacificar, de chamar eleições”, disse a senadora.
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‘Eu tenho que cumprir com o país, se trata de pacificar, de chamar eleições’, disse Jeanine Áñez, segunda vice-presidente do Senado
Golpe de Estado
O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou ao cargo neste domingo (10/11) após um golpe de Estado inciado pelos partidos opositores que perderam as últimas eleições presidenciais. O anúncio veio depois de os militares “sugerirem” que ele renunciasse.
“Lamento muito este golpe. A luta não termina aqui”, disse o presidente, durante discurso após a renúncia. “Até aqui, chegamos pela pátria, não pelo dinheiro. Se alguém diz que estamos roubando, que apresente uma prova sequer. […] Não estou escapando. Nunca roubei, que demonstrem se roubei. Foi um golpe cívico-policial”, disse o presidente.
Morales ainda destacou que sua renúncia se dava na intenção de pacificar o país, ao mesmo tempo em que condenou as atitudes dos líderes opositores Carlos Mesa, candidato derrotado no último pleito, e Luis Fernando Camacho.