Os deputados do partido Movimento para o Socialismo (MAS), do ex-presidente Evo Morales, pediram nesta segunda-feira (11/11) garantias para que possam participar de sessões no Congresso da Bolívia.
Após um golpe de Estado que culminou na renúncia de Morales, Sergio Choque, do deputado do partido, disse que “os parlamentares que foram eleitos pelo voto popular” estão dispostos a realizar seu trabalho conforme a Constituição boliviana, mas pediu, chamando a oposição de “aqueles que detêm o poder hoje”, que se dê garantias aos deputados e aos seus familiares.
“Dado o vandalismo de que sofreu a população da Bolívia, particularmente em La Paz, os parlamentares eleitos por meio do voto popular confirmam que estão predispostos a cumprir o que a Constituição Política do Estado (CPE) diz, e a que juramos no dia de nossa posse”, afirmou Choque.
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O parlamentar também disse que os deputados estão dispostos a “acalmar e dar paz ao povo boliviano”.
Segundo a Agência Nacional Boliviana, a Assembléia Legislativa Plurinacional deverá instalar uma sessão para que seja discutida a sucessão no país.
ABI
Segundo a ABI, a Assembléia Legislativa, deverá instalar uma sessão para que seja discutido uma nova sucessão constitucional na Bolívia
Na noite de domingo (10/11), a senadora Jeanine Áñez, do partido de oposição Democratas, anunciou que iria assumir a presidência da Bolívia interinamente para convocar eleições gerais no país.
Golpe
Morales renunciou ao cargo após um golpe de Estado inciado pelos partidos opositores que perderam as últimas eleições presidenciais. O anúncio veio depois de os militares “sugerirem” que ele renunciasse.
“Lamento muito este golpe. A luta não termina aqui”, disse o presidente, durante discurso após a renúncia. “Até aqui, chegamos pela pátria, não pelo dinheiro. Se alguém diz que estamos roubando, que apresente uma prova sequer. […] Não estou escapando. Nunca roubei, que demonstrem se roubei. Foi um golpe cívico-policial”, disse o presidente.
Morales ainda destacou que sua renúncia se dava na intenção de pacificar o país, ao mesmo tempo em que condenou as atitudes dos líderes opositores Carlos Mesa, candidato derrotado no último pleito, e Luis Fernando Camacho.
O vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, também renunciou ao cargo e afirmou que “o golpe de Estado se consumou”.