Milhares de indígenas e camponeses de várias províncias marcharam na cidade de La Paz nesta sexta-feira (15/11) contra o golpe de Estado e o governo interino da senadora de direita Jeanine Áñez na Bolívia.
Os manifestantes carregavam a bandeira whiphala, símbolo dos povos originários e do Estado Plurinacional boliviano, fundado pelo ex-presidente Evo Morales.
Os trabalhadores do campo e membros das comunidades indígenas ainda declararam como “persona non grata” o ex-presidente Carlos Mesa, opositor do governo de Morales que não reconheceu os resultados das últimas eleições presidenciais e articulou o golpe que forçou Evo a renunciar.
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Na cidade de Cochabamba, por sua vez, estava prevista uma marcha de membros da Central de Obreros de Bolivia (COB) e cocaleros (trabalhadores da folha de coca), mas um controle militar imposto pelo Exército impediu a chegada dos manifestantes ao local.
Reprodução
Manifestantes carregavam a bandeira whiphala, símbolo dos povos originários e do Estado Plurinacional boliviano, fundado por Evo Morales
Golpe de Estado
O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou ao cargo no último domingo (10/11) após um golpe de Estado inciado pelos partidos opositores que perderam as últimas eleições presidenciais. O anúncio veio depois de os militares “sugerirem” que ele renunciasse.
“Lamento muito este golpe. A luta não termina aqui”, disse o presidente, durante discurso após a renúncia. “Até aqui, chegamos pela pátria, não pelo dinheiro. Se alguém diz que estamos roubando, que apresente uma prova sequer. […] Não estou escapando. Nunca roubei, que demonstrem se roubei. Foi um golpe cívico-policial”, disse o presidente.
Morales ainda destacou que sua renúncia se dava na intenção de pacificar o país, ao mesmo tempo em que condenou as atitudes dos líderes opositores Carlos Mesa, candidato derrotado no último pleito, e Luis Fernando Camacho.