O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia manifestou na quarta-feira (20/11) sua preocupação com a violência empregada na repressão contra a greve geral que acontece nesta quinta-feira (21/11) no país.
“A organização tem visto, com preocupação, as persistentes mensagens sem identificação que estão sendo publicadas nas redes sociais e em veículos de comunicação que estigmatizam os protestos sociais e outras declarações que instam o uso da violência nas manifestações de vários setores da sociedade”, afirma o órgão.
Em comunicado, o grupo disse que toda manifestação é um “direito humano” e que serve para “fortalecer a democracia”. O texto ainda pede para que os manifestantes participem da greve de forma “responsável” e “de acordo com os direitos de um protesto pacífico e de liberdade de expressão”.
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O Alto Comissariado afirmou que recebeu informações de que, dias antes da greve geral desta quinta-feira, as cidades da Colômbia tiveram um aumento no número de militares presentes nas ruas do país.
CUT Colombia
Sindicatos e movimentos sociais convocaram greve geral contra reformas de Iván Duque
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Segundo a organização, o Estado deve “limitar” o uso das forças militares nos protestos, pois os “treinamentos, equipamentos e características militares não são adequados para garantir a proteção e controle dos civis”. O Alto Comissariado aponta que este serviço deve ser ser realizado por forças policiais.
“Os limites e condições para a intervenção das forças militares, segundo as normas internacionais, são: que essa intervenção deve ser temporária, restrita, subordinada e fiscalizada por autoridade civis. E ainda regulada mediante protocolos sobre o uso da força”, aponta o comunicado.
Greve geral
Nesta quinta-feira, sindicatos e movimentos sociais convocaram uma greve geral na Colômbia contra reformas anunciadas pelo presidente Iván Duque. A paralisação acontece na capital do país, Bogotá, e em outras cidades e municípios colombianos.
Os manifestantes elaboraram 10 demandas contra as reformas do governo. A primeira delas é a contra a reforma trabalhista na Colômbia, que atinge de forma estrutural as condições de trabalho. As outras demandas ainda vão contra as privatizações, contra a corrupção estrutural na política do país e a pela defesa dos protestos sociais, onde o governo restringe manifestações e criminaliza lideranças.