A Organização das Nações Unidas confirmou nesta sexta-feira (29/11) a morte de 354 pessoas e mais de 8 mil feridos desde o início dos protestos no Iraque em outubro. Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “profundamente preocupado” com relatos sobre uso de munição real contra manifestantes, afirmando que isso leva a um aumento do número de mortes e feridos.
Guterres também destacou os episódios de violência na cidade de Nassíria, que ocorreram no início da semana, onde, segundo especialistas de direitos humanos da missão da ONU no país, Unami, pelo menos 24 pessoas foram mortas e mais de 210 ficaram feridas.
O secretário-geral das Nações Unidas ainda pediu que todos se abstenham da violência e comecem “a dialogar de maneira pacífica e significativa em benefício do Iraque e do povo iraquiano”.
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Guterres pediu a proteção dos manifestantes, respeito aos direitos de liberdade de expressão e reunião e que se investigue rapidamente todos os atos de violência.
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Secretário-geral da ONU ainda pediu que todos se abstenham da violência e comecem ‘a dialogar de maneira pacífica e significativa’
Investigações
Nesta sexta-feira, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também disse estar “profundamente perturbada com o assassinato” de manifestantes no Iraque.
Além de Nassíria, Bachelet mencionou os protestos de rua na cidade de Najaf. Segundo ela, “várias pessoas foram mortas e feridas”, mas os especialistas da ONU ainda não conseguiram confirmar o total de vítimas.
A alta comissária pediu, mais uma vez, que as autoridades tomem “medidas muito mais firmes e eficazes” para evitar que as forças de segurança façam uso excessivo de força. Ela destacou o uso de munição real, dizendo que tem acontecido “repetidamente desde o início dos protestos”.
Protestos
Os protestos começaram em Bagdá e em cidades ao sul do país. Essas são as maiores manifestações que acontecem no Iraque desde a posse de Adil Abdul-Mahdi como primeiro-ministro.
O exército iraniano admitiu o uso excessivo da força durante algumas mobilizações da sociedade nas ruas. No começo dos protestos, as forças de segurança da polícia do país utilizaram armas de fogo e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.
*Com ONU News