O grupo palestino Hamas pediu desculpas pela primeira vez aos habitantes da Faixa de Gaza pelos sofrimentos causados pela guerra de Israel, em uma mensagem publicada em seu canal no Telegram neste domingo (31/03).
O movimento “se desculpa” pelas dificuldades geradas pelo conflito, que completa seis meses no próximo domingo (07/04), mas reitera a vontade de prosseguir com a luta pela “vitória e liberdade” do povo palestino.
No texto, o Hamas ainda agradece aos cidadãos, reconhece o “cansaço” das pessoas e defende as medidas adotadas para minimizar os impactos da guerra, como as tentativas de controle de preços.
Por fim, o documento ainda afirma que o grupo palestino “está em contato com o conjunto dos componentes da sociedade de Gaza, incluindo os demais movimentos armados, os comitês populares e as famílias, para tentar “resolver os problemas provocados pela ocupação”.
A mensagem precedeu outra nota do Hamas, nesta segunda-feira (01/04), em que afirmou a retirada do exército israelense do complexo médico de Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, “depois de incendiar os prédios do complexo e desativá-lo completamente”.
“Dezenas de corpos de mártires, alguns em estado de decomposição, foram encontrados dentro e ao redor do hospital Al-Shifa”, diz um outro trecho da nota, segundo a agência de notícias AFP. Relatos apontam que mais de 20 corpos foram recuperados, sendo que alguns deles teriam sido atropelados por veículos militares durante a retirada das tropas israelenses do local.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza foi iniciada em 7 de outubro de 2023 após combatentes do Hamas realizarem um ataque contra Israel, deixando 1.160 mortos, segundo dados do governo de Israel. O exército do país também informou que desde o início do conflito, cerca de 600 soldados foram mortos em combate.
Já o lado palestino sofre com uma grave crise humanitária, sem acesso a alimentos, água e recursos médicos para atendimento de feridos pelo conflito. Os sucessivos ataques de Israel na Faixa de Gaza já deixaram mais de 32,8 mil civis palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde regional.
(*) Com Ansa e Brasil247