Em seu primeiro discurso como presidente da Argentina, Alberto Fernández disse que quer uma “agenda ambiciosa” com o Brasil, para além de “qualquer diferença regional de quem governe na conjuntura”. Fernández e a vice-presidente, Cristina Kirchner, foram empossadas no cargo nesta terça (10/12).
“Com a República Federativa do Brasil, particularmente, teremos que construir uma agenda ambiciosa, criativa […], que é respaldada pela irmandade histórica entre os dois países, e que vai além de qualquer diferença regional de quem governe na conjuntura”, disse.
A menção ao Brasil é um recado direto ao presidente Jair Bolsonaro, que tem assumido uma posição de antagonismo com o novo mandatário argentino, sobre o qual já chegou a dizer que os eleitores do país vizinho haviam “votado mal”.
FORTALEÇA O JORNALISMO INDEPENDENTE. FAÇA UMA ASSINATURA SOLIDÁRIA DE OPERA MUNDI
Bolsonaro não foi à posse, quebrando uma tradição de quase três décadas. Chegou a decidir não mandar ninguém – a ideia era que o ministro da Cidadania, Osmar Terra, representasse o Brasil na cerimônia – mas, nesta segunda (09/12), voltou atrás e enviou o vice-presidente, Hamilton Mourão.
SIGA AO VIVO:
Diputados
Fernández tomou posse nesta terça-feira como presidente da Argentina
Rusgas
Após a vitória de Fernández, no primeiro turno das eleições argentinas, o mandatário brasileiro se recusou a cumprimentar o presidente eleito pela conquista na eleição. Bolsonaro chegou a lamentar o fato e disse que Fernández “afrontava a democracia brasileira” pelo fato do argentino defender a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“É uma afronta à democracia brasileira e ao sistema judiciário brasileiro. Ele está afrontando o Brasil de graça”, disse Bolsonaro em outubro.
Fernández venceu a eleição na Argentina no primeiro turno. A vitória da chapa Fernández-Cristina representou o retorno dos peronistas ao poder e pôs o fim ao governo de Mauricio Macri, aliado do brasileiro.