A recém-empossada presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta quarta-feira (11/12) um plano para reduzir as emissões de poluentes no continente, chamado de “Green Deal” (“Pacto Verde”, em inglês).
Um dos principais objetivos do Pacto Verde é alcançar a neutralidade de carbono até 2050, através da adoção de 50 mecanismos de redução de CO2 na Europa e da aprovação de uma “lei climática” que será apresentada no próximo mês de março.
“Alguns dizem que o custo dessa transformação é muito alto. Mas nunca devemos esquecer qual seria o custo da inação”, disse Von der Leyen, em discurso ao Parlamento Europeu, ressaltando que o pacto é “como o momento do homem pisando na Lua.
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“O Pacto Ecológico Europeu é a nossa nova estratégia de crescimento, um crescimento que adiciona mais do que subtrai”, defendeu a alemã. “O nosso objetivo é reconciliar a economia com o nosso planeta, com a forma como produzimos, como consumimos, e fazer com que isso funcione para as pessoas”, explicou a líder da Comissão.
Os detalhes do plano serão apresentados no primeiro semestre de 2020, mas Von der Leyen já propôs a criação de um mecanismo de “transição justa” que permitirá a mobilização de fundos públicos e privados de até 100 bilhões de euros.
A Comissão também deseja impor metas de redução de emissões de gases de efeito estufa mais ambiciosas até 2030, passando dos atuais 40% para até 50% ou 55%.
Flickr/European Parliament
‘Alguns dizem que o custo dessa transformação é muito alto, mas nunca devemos esquecer qual seria o custo da inação’, disse Von der Leyen
“Os povos europeus fizeram um chamado decisivo para as mudanças climática. Saíram às ruas e, hoje, estamos aqui por eles, para dizer que escutamos de maneira clara e forte. Eis nossa resposta”, disse Von der Leyen. “A UE será um modelo na COP de Glasgow. Cada continente deve encontrar seu próprio caminho, mas o objetivo deve ser igual para todos, e a mudança deve ser encorajada, não obstruída. Se as empresas respeitarem o ambiente e investirem em tecnologia verde, não serão permitidas desvantagens da concorrência desleal que polui. Aplicaremos um mecanismo de adaptação de emissões em plena conformidade com a Organização Mundial do Comércio (OMC)”, ressaltou.
Ursula von der Leyen assumiu a Comissão Europeia no último dia 1 e sinaliza que o tema ambiental estará entre os focos de sua gestão. No entanto, suas ambições devem encontrar resistência em alguns países-membros da União Europeia, como Polônia, Hungria e República Tcheca, além de montadoras e multinacionais.
Apesar de bem-recebido por ONGs e entidades ambientais, como o Greenpeace, o Pacto foi considerado insuficiente para a emergência climática. O “Green Deal” também foi apresentado paralelamente à realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25), em Madri, na Espanha.