O embaixador do Irã na ONU, Majid Takht Ravanchi, enviou nesta quarta-feira (08/01) uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, destacando as várias ameaças dos EUA e argumentando que o país islâmico tem o direito de se defender.
“A República Islâmica do Irã não procura uma guerra e alerta fortemente qualquer aventura militar futura. Irã está determinado a proteger vigorosamente sua população, e defender fortemente sua soberania e integridade territorial”, diz o diplomata na carta.
As declarações do embaixador vêm logo após o Irã atacar na madrugada desta quarta-feira (08/01) bases iraquianas que abrigavam tropas dos EUA. A ação foi uma retaliação por parte de Teerão ao assassinato do general Qassim Soleimani, morto por um bombardeio norte-americano sobre o aeroporto de Bagdá, no Iraque, na última semana.
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Citando o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, Ravanchi disse que o Irã não hesitará em se defender das ameaças e ataques de Washington.
“As políticas irresponsáveis e as práticas criminosas dos EUA continuam não só colocando em perigo as bases do direitos internacional, mas também representando uma ameaça real à paz e segurança internacionais”, disse.
Efran Kouchari/Tasnim
Ravanchi disse que país está ‘determinado a proteger vigorosamente sua população’
Ravanchi ainda lembrou das ameaças feitas pelo presidente norte-americano Donald Trump a patrimônios culturais do Irã, dizendo que os EUA possuíam mais de 50 alvos demarcados em território iraniano e alguns deles “de grande importância cultural” para o país.
“É também evidente que a ameaça contra patrimônios culturais iranianos é certamente uma flagrante violação das normas básicas e princípios do direitos internacional e qualquer ataque contra esses locais será considerado um crime de guerra”, disse o diplomata.
O embaixador iraniano ainda fez um apelo a Gueterres e ao Conselho de Segurança da ONU para que condenem “nos termos mais fortes possíveis, as ameaças criminosas dos Estados Unidos” e ainda exijam que o país interrompa “sua medidas desestabilizadoras” na região do Oriente Médio.