Hoje na História - 1980: Ex-ditador Anastasio Somoza é morto no exílio
Hoje na História - 1980: Ex-ditador Anastasio Somoza é morto no exílio
Em 17 de setembro de 1980, um atentado em Assunção, capital do Paraguai, mata o ex-ditador da Nicarágua Anastasio Somoza Debayle, aos 54 anos. Ele foi assassinado com um tiro de bazuca enquanto passeava em seu Mercedes.
A operação durou poucos minutos e foi executada por seis homens mascarados, numa hora de grande movimento, a cerca de 700 metros da casa do ex-ditador. Enquanto três deles dispararam a bazuca de uma casa numa esquina, outros três com metralhadoras saltaram de uma caminhonete e dispararam rajadas contra o veículo. Em seguida, os seis fugiram de carro em alta velocidade, trocando tiros com a escolta de Somoza. Além do ex-ditador, morreram o motorista e seu assessor econômico, Joseph Beíttiner.
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Somoza e os dois filhos em foto de abril de 1967
Na Nicarágua, o povo saiu às ruas para festejar a morte de Somoza, enquanto a Frente Sandinista decretava “dia de júbilo nacional”. Violeta Chamorro, ex-integrante da Junta do Governo e viúva do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, assassinado a mando de Somoza, não ocultou sua alegria. “Sabia que cedo ou tarde se faria justiça”.
O Departamento de Estado norte-americano reagiu ao assassinato dizendo que o governo dos Estados Unidos (na época, sob Jimmy Carter) “condena todas as formas de terrorismo”, mas sem lamentar oficialmente a morte de Somoza. Já Ronald Reagan, então candidato republicano à Casa Branca, lamentou profundamente o ocorrido e pediu punição para os culpados.
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Anastasio Somoza Debayle, também conhecido como Tachito, foi oficialmente o 73º presidente da Nicarágua e o último membro da família Somoza a ocupar o cargo de Chefe de Estado no país, encerrando uma dinastia que detinha o poder desde 1936. Em 1945, Somoza foi indicado por seu pai, o então presidente da Nicarágua, Anastásio Somoza García, para ocupar o cargo de chefe da Guarda Nacional, tornando-se o segundo homem mais poderoso do país. Após o assassinato de seu pai em 1956, e de seu irmão em 1967, Somoza assumiu o poder na Nicarágua, dando início a uma violenta ditadura no país. Em 1979 renunciou e procurou refúgio no Paraguai, onde encontrou um fim semelhante ao pai: assassinado, mas lamentado por poucos.
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Em 1º discurso após posse, Petro promete reforma na política contra as drogas na Colômbia
Ao lado da espada de Simón Bolívar, novo presidente colombiano disse que a política antidrogas 'fracassou profundamente', afirmando que a 'paz é possível' no país
Ao som ovacionado das milhares de pessoas reunidas na Praça Bolívar, em Bogotá, Gustavo Petro realizou seu primeiro discurso neste domingo (07/08) como novo presidente da Colômbia. Petro reafirmou o compromisso de uma reforma na política contra as drogas no país.
"A política contra as drogas fracassou profundamente. A guerra fortaleceu a máfia e debilitou Estados, levando-os a cometerem crimes e evaporou o horizonte da democracia. Chegou o momento de mudar a política antidrogas no mundo para que seja a vida ajudada e não a morte", disse.
Durante seu discurso, Petro pediu que a espada de Simón Bolívar fosse deixada no palco, ao seu lado. Para ele, o objeto significa "toda uma vida, uma existência" que o auxiliou no processo que culminou em sua eleição à Presidência.
Petro disse não querer que a espada esteja "enterrada", que ela seja a "espada do povo". "Chegar aqui implica recorrer uma vida, uma vida imensa que nunca é sozinha. Aqui estão todas a mulheres colombianas que lutam para superar o machismo e construir uma política do amor. As mãos humildes dos operários, dos campesinos, o coração dos trabalhadores que me apoiam sempre quando me sinto débil", declarou.
Segundo o novo mandatário, os colombianos, "muitas vezes", foram "condenados ao impossível e a falta de oportunidades". No entanto, Petro declarou a "todos que estão me escutando" que, agora, "começa nossa segunda oportunidade".
"Nós ganhamos, vocês ganharam. O esforço de vocês valeu a pena. Agora é hora de mudança, nosso futuro não está escrito e podemos escrever juntos e em paz. Hoje começa a Colômbia do impossível", disse durante a posse, declarando que sua eleição é uma história contra aqueles que não acreditavam, "daqueles que nunca queriam soltar o poder. Porém o fizemos".
Redistribuição de riqueza
Petro afirmou que a "igualdade será possível" na Colômbia, para que a desigualdade e a pobreza não "sejam naturalizadas", já que, segundo o novo presidente, o país é uma das "sociedades mais desiguais em todo o mundo", afirmando ser necessário mudar este paradigma "se queremos ser uma nação e viver em paz".

Reprodução/ @FranciaMarquezM
Petro e Márquez tomaram posse neste domingo como o primeiro governo de esquerda na Colômbia
"Vamos ser uma Colômbia mais igualitária e com mais oportunidades a todos. A igualdade é possível se formos capazes de gerar riqueza e capazes de distribuí-la. Para isso, é necessário uma reforma tributaria que gere justiça", afirmou durante o discurso.
O presidente reafirmou que seguirá os Acordos de Paz, assinados em 2016, e também as resoluções da Comissão da Verdade em relação à violência no país. Ele declarou que é preciso terminar "para sempre" com os conflitos armados, convocando "todos as pessoas armadas para buscar um caminho que permita a convivência, não importando os conflitos que existam".
"Encontrar soluções através da busca por mais democracia para terminar a violência. Convocamos todos os armados a deixarem as armas, aceitar jurisdições pela paz, a não repetição definitiva da violência, para que a paz seja possível. Precisamos dialogar, nos entender e buscar os caminhos comuns e produzir mudanças. A paz é possível", afirmou.
Posse de Petro
Petro tomou posse neste domingo em uma cerimônia na Praça Bolívar, em Bogotá. Aos 62 anos, ele é o primeiro mandatário de esquerda a assumir o poder na história do país.
O presidente do Senado colombiano, Roy Barreras, foi o encarregado de ler o juramento a Petro, que fala em "cumprir fielmente a Constituição e as leis" do país. Na sequência, a senadora María José Pizarro, filha de Carlos Pizarro assassinado em 1990 e que foi companheiro do agora presidente na guerrilha Movimento 19 de Abril (M-19), entregou a faixa presidencial ao novo chefe de Estado.
Também na posse, a vice-presidente eleita Francia Márquez realizou juramento, que foi lido pelo agora mandatário da Colômbia.