Atualizada às 11h50
O vice-presidente do Equador, Otto Sonnenholzner, renunciou ao cargo nesta terça-feira (07/07) faltando menos de um ano para completar o mandato.
“Não é uma decisão fácil, o mais cômodo seria ficar aqui, mas jamais atuei para minha comodidade, por isso hoje o responsável a se fazer é sair”, disse o agora ex-vice-presidente pelas redes sociais.
O economista de 37 anos garantiu que sua renúncia acontece por “motivos pessoais”. “Com essa decisão, os que não querem que o país mude redobrarão os ataques. Não me sinto e nunca me senti um político, mas sei que nosso mundo mudou”, disse Sonnenholzner em pronunciamento em rede nacional.
A saída do vice-presidente se dá pouco ante do país ir às urnas em eleições presidenciais marcadas para 2021. O nome de Sonnenholzner havia sido cogitado na semana passada para ser o candidato à presidência do país.
“O Equador enfrentará uma das eleições mais relevantes de sua história e por isso o melhor serviço que se pode dar ao nosso país é trabalhar na construção de um caminho que nos leve para longe da desigualdade, da fome, do desemprego e da corrupção, males que nos perseguem por muito tempo”, disse.
Alexander Moya / Asamblea Nacional
Com a saída, Otto Sonnenholzner se torna o terceiro vice do presidente Lenín Moreno a abandonar o posto
Com a saída, Otto Sonnenholzner se torna o terceiro vice do presidente Lenín Moreno a abandonar o posto. Ele substituiu María Alejandra Vicuña, que renunciou em dezembro de 2018 após ser suspeita de corrupção. O primeiro vice de Moreno, Jorge Glas, foi condenado a 6 anos de prisão por supostas “associações ilícitas” com a construtora brasileira Odebrecht. Glas nega as acusações e se diz vítima de perseguição política.
De fato, após a vitória eleitoral, Moreno se voltou contra membros de seu partido, o Aliança PAIS, e mudou o discurso de sua gestão adotando cortes em programas sociais, política de ajuste e submissão ao FMI.
Até mesmo o ex-presidente do país Rafael Correa, antecessor e principal articulador eleitoral de Moreno, é alvo de investigações no Equador, além de ser constantemente atacado pelo atual mandatário.