O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador emitiu neste domingo (19/07) um comunicado em que anuncia a suspensão de quatro partidos no país – entre eles, a Força Compromisso Social (FCS), organização liderada pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). Se a decisão for mantida, o grupo não poderá participar das eleições gerais de fevereiro de 2021.
De acordo com o CNE, a decisão vem após um pedido da Controladoria Geral do Estado, que afirmou que o partido de Correa não cumpriu o requisito de ter assinaturas de, ao menos 1,5% dos eleitores habilitados antes de requerer o registro da agremiação.
A princípio, o CNE havia rejeitado a acusação em oito oportunidades anteriores, mas voltou atrás neste domingo, após o controlador-geral, Pablo Celi, ameaçar entrar com um processo para destituir os membros do conselho.
As quatro agremiações (além da FCS, foram impedidas Podemos, Libertad es Pueblo e Justicia Social) terão dez dias para recorrer da decisão e, caso o recurso seja aceito, podem ser novamente habilitadas.
GUE/NGL
Partido de Correa foi impedido de participar das eleições de 2021 no Equador
Correa, que mora na Bélgica e estuda candidatar-se ao cargo de vice-presidente, criticou a decisão do CNE. “Nos roubam novamente a democracia. O CNE cedeu a pressões de Celi, [ministra de Governo María Paula] Romo e do governo e eliminará ilegal e extemporaneamente o Compromisso Social.”, escreveu no Twitter.
Já o partido, em nota, afirmou que a “fraude eleitoral” foi consolidada no país. “Isso é parte de toda uma estratégia empreendida há três anos, cumprida sem o mínimo de vergonha pelas elites do poder político e econômico do Equador, os quais, em acordo com a maior parte dos grandes meios de comunicação do país, pretendem acabar com ‘o correísmo’, usando procedimentos totalmente ilegais e antidemocráticos, como o que o hoje [domingo] consumaram, eliminando da contenda o partido político que, segundo todas as pesquisas, lidera as intenções de voto há mais de um ano”, disse.