A Justiça do Equador determinou na tarde desta quarta-feira (23/09) a localização e captura imediata do ex-presidente do país Rafael Correa.
O ex-mandatário, que vive na Bélgica desde 2017, foi impedido pelo Conselho Nacional Eleitoral de concorrer à vice-presidência do país nas próximas eleições.
Segundo a defesa de Correa, a Justiça equatoriana age de forma arbitrária para perseguir as forças progressistas e retirar o ex-presidente da disputa eleitoral, já que várias pesquisas o apontam como favorito.
Além de ordem de prisão, o tribunal ordenou o fim da aposentadoria do ex-presidente e a retirada total dos seus direitos políticos. Desta forma, mantida a decisão, Correa não poderá voltar a exercer nenhuma função pública no Equador.
A justiça acusa o ex-presidente de ter recebido propina de várias empresas durante seus mandatos (2006-2017), entre elas a construtora brasileira Odebrecht.
Diversos organismos internacionais já denunciaram o uso do lawfare contra Correa, ou seja, quando a justiça é utilizada para perseguir adversários políticos.
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Ex-mandatário foi impedido de concorrer à vice-presidência nas próximas eleições; defesa alega perseguição judicial
O Equador viveu uma mudança de hegemonia política com a vitória do atual presidente Lenín Moreno nas eleições de 2017.
Moreno, que é ex-vice de Correa, foi eleito com uma proposta de continuidade dos mandatos progressistas correístas, mas abandonou o programa após a vitória e adotou uma política neoliberal de austeridade e repressão contra movimentos populares.