A Armênia decretou a lei marcial e mobilização geral na região autônoma de Nagorno-Karabakh neste domingo (27/09) após bombardeios serem realizados na área por uma resposta militar do Azerbaijão. A região, que vive sob constante tensão desde o fim da década de 1980, registrou incidentes desde a noite do sábado (26/09).
Segundo a porta-voz do Ministério da Defesa da Armênia, Shushan Stepanian, militares do Azerbaijão teriam iniciado um “ataque aéreo com foguetes” em Nagorno-Karabakh. O lado armênio, por sua vez, “derrubou dois helicópteros e três drones inimigos”, informou Stepanian.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, afirmou que seu país irá lançar ainda mais “golpes devastadores” contra os grupos separatistas armênios e que sairá “vencedor” da disputa. Já o premiê armênio, Nicol Pashinyan, pediu para que todos “estejam preparados para defender a pátria porque nós vamos vencer”.
A região autônoma de Nagorno-Karabach fica no território do Azerbaijão, mas tem a maioria da sua população de origem armênia e grupos separatistas que pedem a desvinculação das fronteiras azeri. Entre o fim da década de 1980 e o início da 1990, um conflito armado terminou com mais de 25 mil mortos e uma indefinição política que dura até hoje.
Rússia, Turquia e UE
A escalada da tensão no fim de semana colocou em alerta diversos governos internacionais, que estão dos dois lados do conflito. A Rússia pediu um “cessar-fogo imediato” entre os dois lados.
“Fazemos um apelo para que as partes façam um cessar-fogo imediato e que sentem à mesa para estabilizar a situação. […] Bombardeamentos intensos estão ocorrendo ao longo da linha de contato”, disse em comunicado oficial o Ministério das Relações Exteriores.
Wikicommons
Confrontos ocorreram na região autônoma de Nagorno-Karabakh , de maioria armênia, mas controlada pelo Azerbaijão
Aliados históricos do Azerbaijão, os turcos também se manifestaram. Em nota, o governo de Recep Tayyip Erdogan condenou “com força o ataque armênio contra o Azerbaijão, que provocou vítimas civis” e classificou o episódio como “uma clara violação das leis internacionais”.
“O Azerbaijão defende a sua terra porque Karabakh lhe pertence”, diz a nota em que “promete vingar o sangue dos mártires”.
Já a União Europeia também pediu o fim dos conflitos e instalação de diálogo entre as partes.
“As notícias sobre as hostilidades na zona de conflito de Nagorno-Karabakh nos causam grave preocupação. A ação militar deve cessar, com urgência, para evitar uma escalada do conflito. Um retorno imediato às negociações, sem pré-condições, é a única via a ser seguida”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em seu Twitter.
*Com ANSA