O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, anunciou que a Armênia e o Azerbaijão chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo na região de Nagorno Karabakh, a partir do meio-dia deste sábado (10/10), no horário local. A decisão aconteceu após uma longa negociação entre os chanceleres dos dois países, em Moscou, mas novos ataques ocorreram no início da tarde.
Segundo o Ministério da Defesa da Armênia, as forças inimigas iniciaram um ataque por volta das 12h05, neste sábado. Já o Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou os armênios de bombardear zonas habitadas e de “violação flagrante do cessar-fogo.” O Ministério das Relações Exteriores francês, que integra o grupo que mediou uma pausa no conflito, pediu que o acordo fosse respeitado.
O cessar-fogo foi anunciado com fins humanitários, disse Lavrov, ao ler um comunicado após de 11 horas de negociações na capital russa. O chanceler russo garantiu que o acordo “permitirá a troca de prisioneiros de guerra, de outras pessoas e os corpos dos mortos seguindo os critérios do Comitê da Cruz Vermelha Internacional (CICR)”.
O Azerbaijão e a Armênia também se comprometeram a realizar “negociações substanciais para buscar rapidamente uma solução pacífica para o conflito” com a mediação dos co-presidentes do grupo de Minsk da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), informou o ministro das Relações Exteriores russo, ao ler o comunicado. Os parâmetros específicos da implementação do cessar-fogo serão acordados posteriormente.
Reprodução/MFA Russia
Chanceleres se reuniram em Moscou para discutir cessar-fogo na região de Nagorno Karabakh
Esperança de paz
Após duas semanas de conflitos, o cessar-fogo trouxe novas esperanças de paz na região. De acordo com a mídia russa, a situação em Stepanakert, capital de Nagorno-Karabakh, parecia calma neste sábado. Pela primeira vez em vários dias, as sirenes não soaram e nenhuma bomba caiu sobre a cidade.
Desde 27 de setembro, separatistas armênios da autoproclamada república de Nagorno Karabakh, apoiada pela Armênia, enfrentam as forças do Azerbaijão nesta região montanhosa, reivindicada por ambos os países. O balanço oficial de vítimas desta sexta-feira (09/10) aumentou para mais de 400 mortos, incluindo 22 civis armênios e 31 azeris, embora o número real de vítimas possa ser muito maior, já que ambos os lados afirmam ter eliminado milhares de soldados inimigos.