O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Segei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira (14/10) que as soluções armadas para o conflito em Nagorno-Karabakh não funcionarão e ofereceu o deslocamento de observadores militares russos para auxiliarem na manutenção do cessar-fogo.
“Agora, nem mesmo pacificadores [devem participar da verificação], sendo observadores militares suficientes. Nós acreditamos que seria perfeitamente correto se estes fossem nossos observadores militares, mas a decisão final deve ser tomada pelas partes [do conflito]”, afirmou o chanceler russo.
Segundo Lavrov, os governos da Armênia e do Azerbaijão irão considerar a proposta por conta das “relações amistosas e relações de parceria estratégica” com Moscou.
O ministro ainda criticou a participação da Turquia no conflito, que desde o início tem apoiado os ataques azeris contra a região autônoma.
“Sobre o papel da Turquia em Nagorno-Karabakh, nós não concordamos com o posicionamento expresso por Ancara, que, de fato, foi expresso em várias ocasiões pelo presidente [do Azerbaijão] Aliev”, disse.
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Região autônoma de Nagorno-Karabakh vive escalada de conflitos desde setembro
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, já havia declarado que pacificadores podem ser enviados para a área do conflito se ambas as partes aceitarem a decisão. O mandatário também disse que de alguma forma a Turquia tem de participar das negociações.
Em 9 de Outubro, após dez horas de negociações em Moscou, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou que a Armênia e o Azerbaijão concordaram com um cessar-fogo em Nagorno-Karabakh a partir de 10 de outubro para trocar prisioneiros e corpos dos mortos.
O conflito, que se agravou em 27 de setembro, teve início em fevereiro de 1988, quando Nagorno-Karabakh declarou independência em relação à República Socialista Soviética do Azerbaijão, iniciando uma guerra que culminou com a perda de controle do território pelo país.
*Com Sputnik