O procurador nacional antiterrorismo da França, Jean-François Ricard, informou neste sábado (17/10) que nove pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no brutal assassinato do professor de história Samuel Paty, ocorrido na sexta-feira (16/10).
Segundo a imprensa francesa, Paty havia dado uma aula sobre liberdade de expressão e mostrado uma caricatura de Maomé, que teria ofendido um grupo de estudantes. O professor foi decapitado por um homem de 18 anos na noite de sexta.
De acordo com a agência Rfi, o autor do crime é um homem de 18 anos, natural da Chechênia e conhecido dos serviços de informação da polícia francesa. Ele estava com uma faca de cozinha na mão e gritou “Alá é o maior” antes de ser morto pela polícia.
“A irmã adotiva do pai do jovem [autor do crime], que publicou um vídeo no YouTube sobre a aula do professor, fez um juramento de lealdade ao Estado Islâmico e fugiu para a Síria. Ela é alvo de um mandato de captura internacional”, revelou ainda o procurador.
O presidente da França, Emmanuel Macron, se pronunciou sobre o caso e pediu que todo o país se una para proteger e defender os professores.
“Todos nós estaremos juntos. Não passarão, o obscurantismo e a violência que o acompanha não vencerão”, disse o mandatário.
Wikicommons
Samuel Paty foi decapitado na tarde desta sexta-feira; segundo imprensa francesa, ele teria exibido caricaturas de Maomé durante uma aula
Neste sábado, o governo francês anunciou a realização de uma homenagem nacional ao professor morto que será acontecerá na próxima quarta-feira (21/10).
O crime ocorreu por volta das 17h (horário local) perto de uma escola em Conflans Saint-Honorine. A Procuradoria Nacional Antiterrorismo determinou a abertura de uma investigação sobre “assassinato em conexão com uma ação terrorista” e “conspiração criminosa terrorista”.
O ministro francês do Interior da França, Gérald Darmanin, atualmente em Marrocos, decidiu voltar imediatamente para Paris.
Em setembro, um homem armado com um facão de açougueiro deixou duas pessoas feridas diante da antiga sede do jornal Charlie Hebdo após a divulgação de novas charges de Maomé, figura sagrada para o islã.
*Com ANSA