A repressão policial contra manifestantes que participaram da 6ª noite consecutiva de protestos no Peru neste sábado (14/11) deixou ao menos duas pessoas mortas e dezenas feridas.
Segundo o jornal peruano El Comercio, o Seguro Social de Saúde do Peru confirmou a morte de dois jovens, um de 24 anos, que deu entrada no hospital com ferimentos de armas de fogo no tórax, e outro de 25 anos de idade, que também foi socorrido com ferimentos graves.
Ainda de acordo com o periódico, outras 10 pessoas estão hospitalizadas em estado grave.
Na manhã deste domingo (15/11), o presidente do Congresso peruano, Luis Valdez, pediu a renúncia do presidente recém-empossado Manuel Merino, que assumiu o comando do país após a destituição do ex-mandatário Martín Vizcarra.
“Peço ao senhor Merino que avalie sua renúncia imediata”, disse Valdez.
O pedido foi reforçado pelo prefeito de Lima, Jorge Muñoz, que lamentou as mortes durante as manifestações e pediu que o presidente interino “renuncie já”.
Defensoría del Pueblo
Peruanos foram às ruas pela 6ª noite consecutiva protestar contra governo interino de Merino
Ainda no sábado, doze ministros que já estavam integrando o governo interino de merino apresentaram suas renúncias, assim como a Mesa Diretora do Congresso.
Os protestos no Peru chegaram à 6ª noite consecutiva com as manifestações da noite desta sábado, que se arrastaram pela madrugada de domingo.
Milhares de peruanos saíram às ruas desde a última terça-feira (10/11) para protestar contra o impeachment de Vizcarra e a posse de Merino. Manifestantes acusam um “golpe parlamentar” e afirmam que o governo recém-empossado é “ilegítimo”.
Além dos mortos e feridos, há relatos de pessoas que participaram dos protestos e estão desaparecidas. A Defensoria Pública peruana abriu um canal de comunicação exclusivo para que sejam reportados os desaparecimentos.