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Política e Economia

Brasil não existe mais como protagonista no mundo, diz Dilma; reveja entrevista completa

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Ex-presidente conversou com Breno Altman sobre o impeachment de 2016, a sucessão na Câmara, América Latina, EUA e outros assuntos

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2020-12-21T15:49:00.000Z

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Atualizada às 18h03

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (21/12), em entrevista a Breno Altman durante o programa 20 Minutos, que o Brasil perdeu seu protagonismo no mundo durante o governo Bolsonaro. Segundo ela, durante os governos do PT, o país tinha projeção, inclusive com “reconhecimento explícito” de outros governos.

“O Brasil saiu de uma postura protagonista que tinha nas épocas do presidente Lula e da minha, em que nós tínhamos, de fato, um posicionamento em relação à participação e à posição do Brasil. Tínhamos uma posição no acordo do clima, isso até com reconhecimento explícito pelo [então presidente do EUA Barack] Obama e pelo governo francês”, disse.


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“O Brasil, nesse âmbito, não existe. Nós não existimos como protagonistas. Não temos uma presença. A gente pode até participar, mas não tem presença relevante. Até para essa última reunião climática, o Brasil sequer foi convidado, o que seria inconcebível seis anos atrás”, afirmou.

Dilma disse acreditar que a vitória de Joe Biden nos EUA não necessariamente representa uma mudança de posição do país. “Mas acredito que algumas coisas podem se desdobrar nesse sentido. Uma possibilidade seria uma recomposição dos EUA com seus aliados. Não haverá mudanças na política de contenção da China”, disse.

Esquerda na América Latina

Para ela, a esquerda latino-americana está retomando o fôlego. “Isso graças à mobilização popular que temos visto nestes países [latino-americanos], como se o povo tivesse ido às ruas dizer basta”, disse.

“Acredito que a América Latina passa por muitas dificuldades, não é trivial dirigir um país latino-americano durante uma pandemia, tudo isso cria uma dificuldade de gestão. O que eu tenho visto é uma alteração muito expressiva na correção de forças, seja com a volta do MAS [Movimento ao Socialismo] na Bolívia, ou com aquela estrondosa recepção ao [ex-presidente Evo] Morales”, afirmou.

Reveja, na íntegra, a entrevista com Dilma Rousseff:


Brasil

A ex-presidente também comentou sobre a eleição na Câmara dos Deputados, que vai definir a sucessão do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para ela, seu partido, o PT, está na situação de "tentar mitigar perdas", ao declarar apoio ao bloco do atual presidente da Casa.

"Não tem espaço para lançar um candidato de frente de esquerda, porque não existe frente de esquerda. Inclusive porque a frente de esquerda se bandeou para o lado do Maia. Agora, é bom lembrar isso: quem manda é o presidente da Câmara. Você tem outras coisas. Eu não sei como funciona a distribuição de comissão, porque, a nós, interessa comissão", afirmou.

Para ela, no entanto, não há diferença entre os candidatos que estão colocados à sucessão. “Não acredito em hipótese alguma que há uma diferença substantiva entre Arthur Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Eles são do PP! Muito menos entre o Lira e o Baleia Rossi (MDB-SP). Inventaram uma diferença. Inventar que o Baleia Rossi é mais democrático que o Arthur Lira é dose pra mamute”, disse.

Segundo Dilma, o que interessa para o governo é o que chamou de “herança” do ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente da Câmara durante seu segundo mandato no Planalto. “A partir do momento em que o [jornalista Elio] Gaspari diz que o [ex-presidente Michel] Temer está cogitado pra chanceler porque é amigo do Biden, as razões são muito estranhas. Eu acredito que, para o Bolsonaro, interessa esse espectro que é a herança do Eduardo Cunha, que é o MDB e a sua criatura, que é o centrão. O centrão é uma criatura do Cunha”, afirmou.

Questionada sobre aqueles que consideram que Lula deveria se afastar de uma possível candidatura para as eleições de 2022, Dilma disse acreditar que ele é “uma chance de derrotar efetivamente Bolsonaro”. Segundo ela, os que não querem que o petista concorra sabem que ele "ganha a eleição".

"Hoje, o Lula é o candidato do nosso momento histórico que representa a identificação do povo brasileiro com suas melhores lutas, suas melhores vitórias. Ele tem grande potencial político e eleitoral. Todo o esforço da direita neoliberal, do Bolsonaro, é de impedir a sua candidatura. Acho que nós temos uma grande chance de ter um bom resultado em 2022 com o Lula. Sem o Lula, acho que vai se tornar muito difícil, não impossível, mas muito difícil ganhar em 2022”, disse.

Anos no poder

Questionada por Altman sobre a escolha do economista Joaquim Levy como ministro da Fazenda de seu segundo mandato, Dilma fez o que chamou de “autocrítica”.

“Por que ele? O Joaquim Levy tinha sido secretário do Tesouro do governo Lula, e nós íamos precisar fazer um ajuste. A autocritica que posso fazer é que acho que ele estava muito aquém da compreensão do que ocorria. Foi uma escolha que deu muito atrito, levou a muita divergência, principalmente na área do controle de crédito. Acho que ele não percebeu o tamanho da recessão que vinha, e não conseguiu aprovar a pauta que interessava”, afirmou a ex-presidente.

Dilma também falou do impeachment que sofreu em 2016. “No Brasil, tiveram de nos tirar do poder, para poder constitucionalizar a política de apropriação do orçamento pelo neoliberalismo, que foi o teto dos gastos. É feito logo no dia seguinte [ao impeachment]. Vamos deixar claro que quem rompeu a democracia no brasil e corroeu todos os princípios do estado democrático de direito foi a direita neoliberal”, opinou.

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Sociedade

Motoristas argentinos terão de fazer curso sobre igualdade de gênero para ter habilitação

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Nova exigência visa a igualdade entre homens e mulheres por meio do estudo de conteúdos como gênero, identidade, masculinidades e patriarcado

Márcio Resende

RFI RFI

Buenos Aires (Argentina)
2021-02-25T22:40:00.000Z

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A partir de março de 2021, quem quiser tirar uma carteira de motorista ou renovar a que vencer na Argentina, terá de passar por uma reciclagem sobre "igualdade entre mulheres e homens", avisa a Agência Nacional de Segurança Viária.

A Agência Nacional de Segurança Viária da Argentina (ANSV) determinou que quem quiser uma carteira de habilitação deverá fazer um curso sobre gênero e estudar temas como masculinidades, patriarcado, feminicídios, travesticídios e acesso de mulheres ao setor de transporte.

"As grandes mudanças socioculturais e tecnológicas produzidas através dos anos trouxeram consigo a necessidade de adaptar os conteúdos dos cursos de formação, como assim também do exame teórico, motivo pelo qual faz-se necessário a reformulação de tais conteúdos, a fim de garantir a inserção na via pública de condutores idôneos e responsáveis, com conhecimentos atualizados em relação às novas tecnologias automotivas e principais regras para uma condução segura e eficiente", diz a resolução publicada no Diário Oficial da Argentina.

"Com a convicção de que o recurso cultural é um aspecto de vital influência no que se refere à incorporação de normas de gênero relativamente cristalizadas, faz-se necessário incorporar no curso obrigatório para a concessão da Carteira Nacional de Habilitação um módulo que contemple a temática em questão, promovendo valores de igualdade e deslegitimando a violência contra as mulheres na condução de veículos na via pública, na segurança veicular e em tudo o que for relacionado com a matéria", diz o texto.

A nova exigência visa a igualdade entre homens e mulheres por meio do estudo de conteúdos como gênero, papeis e estereótipos, identidade de gênero, violência de gênero, além de tipos e modalidades dessa violência.

Flickr
Nova exigência visa a igualdade entre homens e mulheres por meio do estudo de conteúdos como gênero, identidade, masculinidades

Os motoristas terão de passar por um módulo que vai abordar tópicos como "Masculinidades: patriarcado e heteronormatividade; Mitos sobre a violência; Feminicídios, Travesticídios, Transfeminicídios; e Crimes de Ódio".

Também terão de estudar sobre "Recursos, ferramentas e formas de abordagem contra a violência na condução de veículos e no transporte; Acesso e participação de mulheres; e diversidades no setor de transporte", por exemplo. Esses conteúdos serão incluídos no curso de condução durante março.

Sinais de trânsito com linguagem sem gênero

Para completar, o Ministério do Transporte difundiu um "Manual Especial" para readaptar as placas e as sinalizações de trânsito com perspectiva de gênero, promovendo a chamada "linguagem inclusiva" na qual os gêneros masculino e feminino ficam neutros, perdendo a terminação "o" e "a", alteradas para "e".

"O doumento promove, entre outras coisas, o uso da linguagem inclusiva, reconhecendo e visibilizando as mulheres e a diversidade, coletivos até agora invisibilizados no setor do transporte, fruto dos estereótipos e das limitações culturais vinculadas com competências supostamente masculinas", acrescenta o Diário Oficial.

Quem for reprovado, poderá refazer o curso 30 dias depois até, no máximo, três vezes ao ano.

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