Brasil participará como observador na missão de paz da ONU no Líbano
Brasil participará como observador na missão de paz da ONU no Líbano
O Brasil terá um representante militar na Unifil (Força de Paz Interina das Nações Unidas para o Líbano), afirmou nesta quarta-feira (6/9) o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Segundo o ministro, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já o autorizou a negociar com o Departamento de Operações de Manutenção da Paz da ONU os termos da participação brasileira na missão.
Jobim adiantou que, inicialmente, o envolvimento brasileiro não se dará nos moldes da Minustah (Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti), com a qual o país contribui com 1.137 militares, mas, como nas outras dez missões de paz que o Brasil integra, apenas com a presença de observadores.
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"Não se trata do envio de forças. Vamos participar da missão, mas iremos iniciar com a participação de alguém ligado à Marinha", disse Jobim, explicando que, ao contrário do envio de tropas ao exterior, a participação de um observador na Unifil não exige aprovação do Congresso Nacional.
Apesar de os responsáveis pela missão no Líbano terem pedido também a presença de navios da Marinha brasileira, eles não serão enviados. "Os navios que nós temos não são suficientes sequer para atender às nossas necessidades", disse o ministro logo após apresentar, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o plano de reaparelhamento das Forças Armadas e a estratégia de Defesa Nacional, anunciada em dezembro de 2008.
A Unifil foi criada em 1978 com o objetivo de permitir à ONU acompanhar a retirada das tropas israelenses do Líbano. Além disso, caberia aos boinas-azuis (como são conhecidos os soldados da ONU) ajudar na restauração da paz e da segurança na região e prestar assistência ao governo libanês. Após a crise de julho de 2006, quando o exército libanês e a milícia islâmica sunita Fatah al-Islam se enfrentaram, deixando um saldo de dezenas de mortes, o Conselho de Segurança da ONU também delegou à missão a tarefa de supervisionar as medidas para o fim das hostilidades.
Em nota, o Ministério da Defesa destacou que o aumento da participação brasileira em missões de paz já estava prevista na Política Nacional de Defesa, que antecedeu a Estratégia Nacional de Defesa. O Ministério também alega que as missões servem à capacitação e ao aprimoramento dos militares e projetam uma imagem positiva do Brasil no âmbito internacional.
Especialistas no assunto tem apontado que a intenção do governo seria justamente se beneficiar desta "imagem positiva" para alcançar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.
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Tribunal Constitucional da Bolívia rejeita recurso de Jeanine Áñez
Ex-presidente autoproclamada do país também é julgada por suas ações como segunda vice-presidente da Câmara Alta boliviana, que contribuíram para que assumisse o governo de forma irregular em 2019
O Tribunal Constitucional da Bolívia (TCB) rejeitou, na última quinta-feira (26/05), um recurso de inconstitucionalidade apresentado pela defesa de Jeanine Áñez em um dos casos em que está sendo julgada. A informação foi anunciada pelo ministro da Justiça boliviano, Iván Lima.
A ex-presidente autoproclamada do país está presa desde março de 2021, acusada de crimes de conspiração, terrorismo e sedição por sua participação nas ações que forçaram a renúncia do ex-mandatário Evo Morales em 2019.
Além disso, Áñez ainda é réu em outro caso, chamado "Golpe de Estado II", acusada de violar deveres e resoluções contrárias à Constituição. A defesa da ex-senadora entrou com um recurso, em uma audiência no dia 29 de abril, apontando inconstitucionalidade na acusação, tese que foi rejeitada pelo TCB.
O Tribunal de Sentença do país havia suspendido a audiência do segundo julgamento contra Áñez no início de maio, enquanto esperava um pronunciamento do tribunal, e no dia 12 de maio o Primeiro Juízo de Sentença Anticorrupção de La Paz decidiu não promover a ação de inconstitucionalidade apresentada por Áñez.

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Jeanine Áñez responde à acusações referentes a suas ações enquanto ocupava o cargo de vice-presidente da Câmara Alta
Na última quarta-feira (25/05), a defesa da ex-presidente autoproclamada chegou a declarar que o recurso havia sido admitido "em parte", mas o ministro Lima informou que o documento foi rejeitado.
De acordo com o períodico El Deber, o ministro da Justiça afirmou que a ação não cumpriu os “requisitos necessários para uma análise e pronunciamento substanciais” da corte por não oferecer uma “base jurídico-constitucional que exponha de forma concreta a contradição das normas constitucionais invocadas".
"O Tribunal Constitucional já notificou que a ação específica de inconstitucionalidade apresentada pela defesa da senhora Áñez em relação aos crimes pelos quais ela está sendo julgada foi rejeitada pela Comissão de Admissão do Tribunal", afirmou Lima durante uma coletiva de imprensa.
Iván Lima também explicou, durante a coletiva, que com a decisão do Tribunal Constitucional, o Primeiro Tribunal de Justiça Anticorrupção de La Paz pode restabelecer um julgamento contra Áñez e pronunciar uma sentença.
(*) Com Telesur e ABI.