Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Podcasts
Política e Economia

‘PT precisa retomar sua força autêntica: a organização popular’, diz Ricardo Berzoini

Encaminhar Enviar por e-mail

Em entrevista a Breno Altman, o ex-presidente do PT afirmou que a legenda se distanciou de suas origens de luta trabalhista

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2021-02-12T17:22:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores e ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff Ricardo Bezoini disse nesta sexta-feira (12/02), em entrevista a Breno Altman, durante o programa 20 minutos, que o PT hoje tem uma aparência mais parlamentária e eleitoral do que de organização popular. 

“Um partido operário tem que ter a luta dos trabalhadores como principal força motriz. A atividade parlamentária é fundamental, ajuda a mostrar pedagogicamente as possibilidades e limites do estado burguês, mas a principal característica do partido tem que estar na luta de base. Isso não pode se perder”, defendeu. 

Assista à entrevista na íntegra:


Segundo Berzoini, essa distorção dos objetivos originais do PT ocorreu quando a legenda adotou uma política de ampliação de alianças, que incluía mudanças programáticas, durante os anos 90 para poder se tornar uma alternativa de poder. “E foi uma opção correta” que, para ele, permitiu ampliar a capacidade de atuação do partido e gerar resultados eleitorais, mesmo “apanhando da imprensa e sem ter a estrutura que os partidos liberais tinham”.

No entanto, ao ganhar o governo, o partido se dedicou exclusivamente a governar, esquecendo-se do trabalho de base. “Toda a energia [do PT] foi para governar e esse foi um erro elementar. Um governo tem que dar a mesma energia para o trabalho governar e para a construção partidária. Porque, como consequência, acho que muita gente que se filiou ao PT durante os governos Lula e Dilma, se filiou muito mais pela questão eleitoral do que pela luta de classes”.

Golpe de 2016

Para Berzoini, a falta de investimento na organização de base fez com que o golpe contra Dilma encontrasse pouca resistência. “Por que um governo que fez tanto pelo povo não teve apoio? Um dos motivos foi porque o aparato da mídia comercial estava intocado. Era preciso a regulação da mídia, algo que não se faz sem apoio popular e com minoria parlamentar. E por isso nós não fizemos”, disse o ex-ministro afirmando que também houve uma "frouxidão organizativa".

Segundo o ex-presidente, organizações populares, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), não trabalham a militância atualmente. “Fazer reunião não é militar, reunião é preparação para a militância. Militância são as atividades de mobilização e enfrentamento”, reforçou.

“E o Brasil tem um histórico de golpes”, relembrou mencionando Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. “Tivemos ilusões de que a democracia brasileira estava estabilizada”.

Reestruturação do PT

Diante dessa “frouxidão organizativa”, Berzoini argumentou a favor de uma reestruturação vertical do partido. Usando de exemplo a política de Deng Xiaoping, na China, afirmou que, se o PT quer retomar suas origens e se fortalecer para voltar a enfrentar a direita, é preciso uma organização verticalizada, “no bom sentido: de cima para baixo e debaixo para cima, com controle”.

No entanto, para que essa restruturação funcione e não vá contra os princípios leninistas do PT, Berzoini defende a transparência. “Não pode ser um vertical que é 99% de cima para baixo e 1% de baixo para cima. O PT não pode ser vítima daquilo que sempre denunciamos, o clientelismo e assistencialismo dentro do partido. Os mandatos devem ser colocados à serviço do partido”, concluiu.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Notas internacionais

Notas internacionais: eleições no Equador e no Peru - 12 de abril de 2021

Encaminhar Enviar por e-mail

Equador e Peru foram às urnas eleger seus novos presidentes, com resultados que surpreenderam

Ana Prestes

Brasília (Brasil)
2021-04-12T22:11:48.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

EQUADOR: No Equador, o candidato da direita, Guilherme Lasso, do movimento Criando Oportunidades (CREO), em aliança com o Partido Social Cristão (PSC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais com 52,5% dos votos contra 47,50 de Arauz. Havia muita expectativa em torno da candidatura do economista Andrés Arauz, que pontuava na dianteira nas pesquisas durante quase todo o período de campanha do segundo turno que durou dois meses. Nos dias que antecederam o domingo eleitoral (11) as pesquisas já apontavam perda de fôlego de Arauz e subida de Lasso. De todo modo, as pesquisas de boca de urna davam vitória apertada para Arauz. A Cedatos chegou a dar 53,2% a 46,7%. 

Lasso é um homem de 65 anos, historicamente vinculado ao setor financeiro, em especial ao Banco de Guayaquil, tendo sido ministro da economia do governo de Jamil Mahuad (1998-2000). Esta é a terceira vez que ele concorre à presidência do Equador (2013, 2017, 2021). Nas eleições anteriores ele ficou em segundo lugar. Um dos fatores que impactou muito no resultado eleitoral foi o fracionamento do movimento indígena. A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) decidiu em seu conselho ampliado, no dia 10 de março, pelo voto nulo. No entanto, uma parte das nacionalidades amazônicas divergiram e foram acompanhadas do presidente da Conaie, Jaime Vargas, na declaração de apoio a Arauz. Vargas chegou a dizer em um encontro no dia 3 de abril, em Sucumbíos, que “suas propostas (de Arauz) têm o respaldo absoluto do movimento indígena”. No dia 4 de abril veio a reação do conselho dirigente da Conaie ao dizer que ia “impulsionar o voto nulo” e que “não cai em jogo eleitoral”. A apuração está apontando para um milhão e seiscentos mil votos nulos. O universo de votantes é de 13 milhões. (Com infos de resumenlatinoamericano.org)

PERU: O domingo também foi de eleições no Peru. Uma eleição que era extremamente imprevisível, com 18 candidatos concorrendo, teve um resultado de primeiro turno surpreendente. O candidato Pedro Castillo, professor e sindicalista, do Partido Político Nacional Peru Livre, obteve a maior votação, com 16%. Seguido de três candidatos com pouco mais de 10%: Hernando de Soto (Avança País), Keiko Fujimori (Força Popular), Jonhy Lescano (Ação Popular) e Rafael López Aliaga (Renovação Popular). Veronika Mendoza (Juntos por Peru) pontua com 8,8%. Aquele que apontou por um tempo como primeiro colocado nas pesquisas, o jogador de futebol George Forsyth (Vitória Nacional) está com 6,4%. Esses ainda são dados preliminares da Ipsos Perú para a América Televisión. 

Pedro Castillo tem 51 anos e ganhou notoriedade no país ao encabeçar uma prolongada greve nacional do magistério em 2017 e ao longo da campanha nunca pontuou entre os prováveis mais votados nas pesquisas. Uma de suas propostas é trocar a atual Constituição do país convocando uma Assembleia Constituinte. Ele se posicionou nas eleições contra o recorte de gênero no currículo escolar e disse que em um eventual governo seu não se legalizaria o aborto, o casamento homoafetivo e a eutanásia. Pautas polêmicas no país. Propõe ainda 10% do PIB para saúde e educação. As últimas pesquisas apontavam para uma liderança de Lescano. O segundo turno será em 6 de junho e o novo presidente assume em 28 de julho. Os peruanos também votaram ontem (11) para renovar o Congresso, que é unicameral e possui 130 cadeiras. A tendência é de que a votação para o parlamento tenha sido fragmentada e atomizada tal como a presidencial. O Peru vive uma crise institucional prolongada, sendo que dos dez presidentes que o país teve desde os anos 80, sete foram presos nos últimos anos envolvidos em escândalos de corrupção.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Rua Rui Barbosa, 381 - Sala 31
São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 3012-2408

  • Contato
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Expediente
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados