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Política e Economia

Polícia do Peru barra entrada de centenas de imigrantes na fronteira com Brasil

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Cidadãos haitianos e africanos tentaram atravessar fronteira para fugir da crise causada pela covid-19; policiais utilizaram gás lacrimogêneo e cassetetes

Fábio Pontes

Amazônia Real Amazônia Real

Assis Brasil (AC) (Brasil)
2021-02-18T22:50:00.000Z

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Após dois dias retidos sobre a ponte que separa o Brasil do Peru entre os municípios de Assis Brasil, no Acre, e Iñapari, em Madre de Dios, os quase 400 imigrantes tentaram ingressar à força no território peruano nesta terça-feira (16/02). Foi o que bastou para o início de um confronto com a polícia peruana, que usou bombas de gás lacrimogêneo e muitos cassetetes para conter povos de várias nacionalidades, sobretudo haitianos e africanos.

Como publicou a agência Amazônia Real, desde domingo (14/02), os imigrantes tentam atravessar a fronteira brasileira com o Peru. Eles querem deixar o Brasil por causa da pandemia do novo coronavírus, que deixou muitos desempregados, mas o governo peruano justifica que sua fronteira está fechada para conter os casos de covid-19, incluindo a nova variante brasileira. A medida só gera mais aglomeração colocando em risco a vida dos imigrantes. 

Hoje pela manhã, os imigrantes, entre eles mulheres e crianças, avançaram para o território peruano deixando para trás barracas e roupas para tentar chegar ao Equador. Levavam apenas suas bagagens de mão. Mas a situação se agravou e ficou mais tensa em um segundo bloqueio policial, já dentro de Iñapari, distante quase dois quilômetros da Ponte Binacional, que divide os dois países. 

Revoltados com a proibição de seguirem viagem, os imigrantes lançaram paus e pedras contra as forças de segurança do Peru. Os policiais reagiram com violência, lançando bombas de gás lacrimogêneo contra haitianos e africanos. Jornalistas, que cobrem a crise na fronteira, também foram atingidos. 

No meio da multidão havia mulheres grávidas. Sem distinção, os policiais passaram a empurrar todos de volta na direção da ponte binacional. Os que tinham permanecido no Peru foram sendo “deportados”, aos poucos, para o Brasil. 

Conforme a imprensa peruana, o prefeito da província de Tahuamanu, Abraham Cardozo Mousoly solicitou uma resposta imediata das autoridades do Itamaraty. “Esta é uma emergência”, disse ele.

O governo brasileiro ainda não se manifestou sobre os conflitos na fronteira.

Alexandre Noronha/Amazônia Real
Cidadãos haitianos e africanos tentaram atravessar fronteira para fugir da crise causada pela covid-19

Desde que chegou na segunda-feira (15/02) a Assis Brasil, município acriano na tríplice fronteira, a reportagem da Amazônia Real ouviu relatos de que, caso o governo do Peru não autorizasse a imigração, os refugiados e imigrantes forçariam a passagem. Para eles, a paciência se esgotou após terem de enfrentar uma madrugada de terça-feira (14/02) inteira de chuva na região. 

A cidade de Assis Brasil fica no limite com a província de Iñapari, departamento de Madre de Dios. Essa fronteira foi palco de uma grave crise migratória no início da década passada, tomada por imigrantes haitianos tentando entrar no Brasil. Agora, não só haitianos, mas também venezuelanos, colombianos e africanos tentam abandonar o País, recordista latino-americano em casos de covid-19.

Porém, venezuelanos e colombianos têm conseguido passar de barco na parte de baixo da ponte, pagando 5 reais pela travessia. Já os imigrantes negros estão sendo cobrados em 250 dólares pela mesma travessia.

Os primeiros sinais de que o dia seria tenso surgiram de manhã cedo. Os imigrantes recusaram receber o café da manhã oferecido pela prefeitura de Assis Brasil. A recusa, segundo eles, foi uma forma de protesto por terem recebido a "informação" de que a polícia do Peru impede a travessia a pedido da prefeitura, para receber mais recursos federais em assistência. A Amazônia Real não conseguiu apurar a veracidade dessa alegação.

A presença da imprensa peruana e brasileira também encorajou os imigrantes a partirem para o confronto direto com os policiais. Apesar do uso da violência, não houve registro de pessoas gravemente feridas. Houve o uso gás lacrimogêneo. Para amenizar os efeitos do gás, alguns passaram pasta de dente perto do nariz. Os mais afetados jogavam água nos olhos. Em certo momento, os policiais tiraram mulheres e crianças da linha de frente  do confronto, deixando-os em Iñapari.

Os imigrantes chegaram a tentar mais uma ação de resistência, obrigando motoristas de caminhões da Bolívia que estavam na ponte a passarem de forma forçada para o outro lado. Mas a Polícia Rodoviária Federal mandou os veículos voltarem para o Brasil. 

Sem alternativa, os imigrantes depois de voltar ao Brasil improvisaram um “teto” debaixo das lonas que permaneceram na ponte. Jornalistas peruanos relataram que uma equipe do governo Departamental de Madre de Dios, saída de Puerto Maldonado, estava a caminho da fronteira para acompanhar a situação, e passar relatórios para Lima.  

A violência dos policias peruanos foi desproporcional contra os imigrantes. Eles não escondiam o sentimento de frustração e revolta, já no Brasil.

Segundo a imprensa peruana, o presidente do Peru, Francisco Sagasti, reuniu-se com os governadores dos departamentos nesta terça. Na ocasião, o governador de Madre de Dios, Luís Hidalgo, pediu para Lima decretar situação de emergência no departamento por causa da crise migratória e das enchentes dos rios na região. 

Até esta terça-feira à noite, não houve uma manifestação oficial do governo de Lima sobre o assunto. Enquanto isso, haitianos e africanos continuam a se aglomerar em situação precária sobre a ponte, desprotegidos da chuva e com o risco de serem contaminados pelo novo coronavírus. 

*Publicado originalmente em Amazônia Real

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Coronavírus

Após estudos, OMS contraindica o uso de hidroxicloroquina na prevenção de covid-19

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De acordo com o estudo, o medicamento não influencia na taxa de infecção e pode aumentar o risco de efeitos adversos

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-03-02T19:48:00.000Z

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Um grupo de especialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira (01/03) que o medicamento anti-inflamatório hidroxicloroquina não deve ser usado para prevenir a covid-19. 

Os cientistas, que fazem parte do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS, analisaram os resultados de seis ensaios clínicos com mais de seis mil participantes. De acordo com o estudo, a hidroxicloroquina não teve efeito significativo algum sobre os níveis de morte e admissão no hospital. 

Ao mesmo tempo, é possível concluir que o medicamento não influencia na taxa de infecção e pode aumentar o risco de efeitos adversos. Sendo assim, a OMS orienta de forma concreta aos profissionais da saúde e países que o medicamento não seja utilizado contra o novo coronavírus.

O grupo afirma que o medicamento não é mais uma prioridade de pesquisa. E que, a partir de agora, serão avaliadas outras possibilidades mais promissoras.  

Pixabay
Após divulgação, grupo de cientistas da OMS afirma que o medicamento não é mais uma prioridade de pesquisa

Essa recomendação se aplica a todas as pessoas, mesmo as que tiveram contacto com alguém contaminado. Fatores como recursos, viabilidade, aceitabilidade e equidade não alteraram a recomendação. 

Aumento de casos

Na semana passada, o número de casos de covid-19 no mundo aumentou pela primeira vez após cair por seis semanas consecutivas. 

As notificações subiram em quatro das seis regiões da OMS, Américas, Europa, Sudeste Asiático e Mediterrâneo Oriental. Apenas África e Pacífico Ocidental não registraram aumentos. 

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, “isso é decepcionante, mas não surpreendente.” 

Tedros disse que a agência atua para entender melhor esses aumentos, mas “parte parece ser devido ao relaxamento das medidas de saúde pública, à circulação contínua de variantes e às pessoas baixando a guarda.”

(*) Com ONU News.

Saúde

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